Incêndio pode ter sido provocado para ocultar triplo homicídio

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Incêndio pode ter sido provocado para ocultar triplo homicídio

Projétil encontrado no corpo de uma das vítimas reforça suspeita da Polícia Civil sobre corpos carbonizados em Cruzeiro do Sul

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Incêndio pode ter sido provocado para ocultar triplo homicídio
Incêndio teria ocorrido na quinta-feira, por volta das 16h30min. Acessos alagados prejudicou o acesso do Corpo de Bombeiros
Vale do Taquari

O incêndio na última quinta-feira, dia 9, que deixou três mortos em São Miguel, interior de Cruzeiro do Sul, ainda é cheio de mistérios. As vítimas foram identificadas como Sinésio Ghillardi, 29, que era o caseiro do local, e o casal Mirela da Silva e Leandro Arruda, que moravam no galpão há seis dias.
Vizinha de Sinésio, Rita de Cassia Martins percebeu o sinistro por volta das 19h. Foi ela quem resgatou o filho de 4 anos do casal, que estava em uma residência próxima do galpão. Com a estrada alagada em função da cheia do rio Taquari, o Corpo de Bombeiros teve dificuldades para chegar até o local e combater o incêndio.

As circunstâncias em que os corpos foram encontrados geram dúvidas na polícia, que não descarta a possibilidade de um triplo homicídio. Essa é uma das linhas de investigação do delegado responsável pelo caso, Dinarte Marshall Júnior. “Atearam fogo no galpão para esconder os corpos das vítimas”, suspeita.

Os três corpos foram encontrados por populares em uma sala dentro do galpão de alvenaria e madeira, um dia após o incêndio.

O que se sabe até o momento

Silvana Machado, 50, é a proprietária do local e já foi ouvida pela Polícia Civil. Foi ela quem contratava Sinésio para cuidar do espaço junto com a esposa. Mirela e Leandro Arruda residiam no galpão de favor e eram amigos de Sinésio.

Na autópsia dos corpos carbonizados, os peritos encontraram um projétil de pistola calibre 380 na cervical de Mirela. Já em Sinésio e Leandro, não foi possível constatar a causa da morte. “Não sabemos se eles foram baleados. Apenas há suspeita de que um deles tivesse sido alvejado, devido ao estado dos corpos”, descreve o delegado.

Dinarte acredita que o incêndio tenha sido provocado de forma intencional, com o uso de algum combustível. Um veículo Corsa, usado por Leandro, também foi atingido pelas chamas.

Ocultação de cadáver

Para Dinarte, não haveria motivos para as vítimas permanecerem no galpão em chamas, pois as portas e janelas eram de fácil acesso. A perícia também constatou que o fogo teria iniciado próximo aos corpos, o que reforça o indicativo de que alguém tentou escondê-los. O projétil no corpo de Mirela reforça essa suspeita.

O inquérito ainda está aberto.

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