Sem atividades, creches privadas enfrentam risco de fechamento

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Sem atividades, creches privadas enfrentam risco de fechamento

Número de matrículas caiu cerca de 70% nas nove instituições de ensino infantil de Lajeado, aponta o Sindicreches

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Sem atividades, creches privadas enfrentam risco de fechamento
Vale do Taquari
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Federação Nacional das Escolas Particulares aponta que 80% das creches privadas podem fechar em função da covid-19. Conforme levantamento feito pela entidade em âmbito nacional, 56% das instituições estão com a receita afetada pelo cancelamento de matrículas durante a pandemia.

Em Lajeado, a situação financeira das escolas para crianças de 0 a 5 anos também preocupa. Segundo o Sindicreches, os nove educandários infantis sentiram impactos financeiros com a pandemia e alguns podem até falir se as aulas não retornarem nas próximas semanas. “O número de matrículas caiu cerca de 70%”, estima a delegada da região, Bárbara Machry Spengler.

Conforme ela, as escolas infantis paralisaram as atividades no dia 20 de março. Desde lá, realizam atividades remotas encaminhadas às famílias. Entretanto essa modalidade é dificultada pelo fato da criança necessitar de um adulto para a prática.

Além do fato de pais retirarem filhos das creches privadas, Bárbara ressalta que o governo de Lajeado também suspendeu contratos de compras de vagas com as instituições de ensino infantis. “Eles não poderiam manter o pagamento de um serviço não executado por questões legais”, acrescenta.

As escolas de Lajeado negociam com o Executivo possibilidade de antecipação dos valores das mensalidades. Bárbara esclarece que, neste sistema, o governo repassaria dinheiro neste momento de crise e esses valores seriam descontados em serviços futuros.

Retorno das aulas

O Sindicreches defende a possibilidade das escolas infantis privadas retornarem às atividades. Em entrevista no programa Frente e Verso na manhã de ontem, 1°, a vice-presidente estadual da entidade, Talina Romano destacou que as escolas infantis privadas têm um número de alunos menor, o que possibilita cuidados como o distanciamento das crianças.

Pelo fato de muitos pais permanecerem trabalhando, Talina percebe que as crianças acabam fora de casa durante a pandemia. “Ficam pipocando de vizinho e vizinho ou em parentes, o que possibilita também o contágio do coronavírus. Escolas têm condições de receber alunos com responsabilidade”, argumenta.
Bárbara defende o posicionamento e acrescenta que “99% dos pais mandariam os filhos” para as creches privadas, se houvesse o retorno. “De toda a forma as crianças não estão em isolamento em casa. A gente se pergunta se elas realmente estão em segurança”, reforça.

Entre os cuidados necessários para a volta às aulas, Bárbara cita a higienização constante dos ambientes, uso de máscaras pelos profissionais e troca de roupas antes de entrar nas salas.

Falta de reconhecimento

Na entrevista à Rádio A Hora, Talina também se queixou da “falta de reconhecimento” às escolas infantis. Conforme ela, o trabalho das instituições vai além de abrigar crianças e envolve um contexto pedagógico e educacional. “Não são simples atividades, há uma proposta de ensino por trás”, acrescenta Bárbara.

Talina também defendeu que seria fundamental o Sindicreche ter um representante no Comitê Operacional de Emergência (COE) de Lajeado, grupo que discute ações para evitar a disseminação do vírus na cidade.

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