O MP, os frigoríficos e os tapetes

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

O MP, os frigoríficos e os tapetes

Por

Vale do Taquari

O promotor Sérgio Diefembach já dava mostras de que pediria a suspensão das atividades nos frigoríficos da BRF e da Minuano, instalados em Lajeado. O representante do Ministério Público estava visivelmente desconfortável com o aumento no número de casos ligados às duas indústrias de transformação animal. Não deu outra. Nessa segunda-feira pela manhã, e acompanhado de outros três promotores de justiça, ele anunciou sua decisão à imprensa. A repercussão foi diversa.

Nas redes sociais, o assunto literalmente divide opiniões. Muitos parecem buscar um culpado. “Por que não fecham os mercados. Chega a ser vergonhoso, estão sempre cheios”, escreve um internauta. “Sentar em uma cadeira acolchoada e só ficar mandando e criticando é fácil”, complementa. Outras pessoas cobram a aplicação das medidas às demais indústrias de alimentos da região. “Por que não fecham os postos de combustíveis. E os bancos”, provocam.

Também há muita preocupação entre os leitores internautas. “E os produtores, o que farão com os animais? Para quem não sabe como funciona a criação destes animais, se informe antes de ficar falando”, devolve outro. “Quem vai se responsabilizar pelas perdas de renda das famílias. Governo cobra impostos e quando tem que resolver, é omisso”.

Outros defendem a posição do MP, e reclamam de omissão por parte do Executivo municipal.

No meio empresarial, a sugestão do MP é vista com extrema apreensão. O assunto é pra lá de delicado e o efeito de uma eventual suspensão precisa necessariamente ser levado em conta. Os efeitos econômicos, essencialmente, podem ser catastróficos para milhares de colaborares, que já se encontram sem fôlego para enfrentar uma nova crise financeira. Para muitos, o MP está “brincando com fogo”. E brincando “tardiamente”.

Os próximos capítulos dessa maldita pandemia tendem a ser ainda mais tensos. A cada dia que passa, e a cada nova decisão governamental – ou judiciária – sobre a iniciativa privada, a sociedade parece ficar cada vez mais dividida. Interesses diferentes em tempos de necessária atuação coletiva costumam gerar mais conflitos do que o habitual. E neste momento de extrema apreensão, é natural que cada busque encontrar culpados. É natural, reforço. Mas não é o ideal.


De olho nos bancos!

Na manhã dessa segunda-feira, a equipe de Fiscalização da Prefeitura de Taquari, acompanhada da Brigada Militar, esteve na Caixa Econômica Federal orientando e distribuindo máscaras às pessoas que estavam na fila. Além disso, eles aplicaram multa de R$ 2 mil à agência bancária, em função do suposto não cumprimento das orientações de enfrentamento ao novo coronavírus.

As aglomerações junto às agências bancárias – em especial a CEF – também geram preocupação em outros municípios do Vale do Taquari. Em Lajeado, por exemplo, a reclamação é forte por parte de entidades representativas dos lojistas e comerciantes, principalmente após a suspensão de suas atividades por ordem do governador do Estado. Há quem cobre, além de maiores cuidados, o horário estendido de atendimento.


Redução de CCs

O projeto de lei sobre a redução no número de cargos comissionados da Câmara de Lajeado ainda é negligenciado por boa parte das bancadas e vereadores. Hoje, os proponentes Ildo Salvi (PSDB) e Mariela Portz (PSDB) encaminham ofício para solicitar a inclusão da matéria na pauta das comissões internas. O objetivo é dar seguimento ao trâmite natural de qualquer proposta protocolada no Legislativo.

A matéria possui divergências. Para uns, a redução no quadro administrativo só poderia partir da Mesa Diretora. Os proponentes discordam. Alheio a esse detalhe, a população gostaria de ver em votação o projeto que reduz de 43 para 24 o número de cargos comissionados no Legislativo, e diminui de dois para um o número de assessores particulares para cada vereador. A economia anual será próxima de R$ 1,5 milhão.


PP em Estrela

O ex-prefeito Leonildo José Mariani (foto) foi convidado para coordenar a campanha do Progressista. Mas, em função da pandemia, e como integrante do chamado “grupo de risco”, ele rejeitou o convite. O PP de Estrela confirma o atual secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico, Paulo Finck, como pré-candidato a vice-prefeito na chapa do MDB, encabeçada pelo Comandante César.


Teutônia e a educação

A Secretaria de Educação está trabalhando com as escolas da rede municipal de forma remota desde o dia três de abril – já o município de Encantado reiniciou ontem essas atividades. Os estudantes recebem atividades domiciliares a cada semana. Os professores ficam em casa, com suas ferramentas de trabalho, planejando atividades para as turmas. Semanalmente, as Equipes Diretivas das escolas compilam e encaminham detalhes dos trabalhos realizados.

Teutônia e a educação II

Mesmo com todo o esforço, o modelo ainda não atinge a pleno o quadro de estudantes. De acordo com o governo municipal, 95% das famílias e da comunidade escolar recebem acesso ao conteúdo proposto pelos docentes, seja de forma virtual ou impressa. É um índice alto, se levado em conta toda complexidade do momento. Por outro lado, demonstra que a disparidade entre o ensino público e o privado tende a aumentar e durante a pandemia.

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