Uma proposta negligenciada

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Uma proposta negligenciada

Por

Vale do Taquari

A população lajeadense já conhece o projeto protocolado no dia 17 de abril pela bancada tucana, que sugere uma redução drástica no quadro de assessores particulares dos 15 vereadores. A proposta prevê a extinção de 19 dos 43 CCs, gerando uma economia anual acima de R$ 1,5 milhão aos cofres do município. É a principal matéria criada dentro da Câmara nesta legislatura. Entretanto, ainda não consta no site oficial do Poder Legislativo.É uma pena. Uma matéria que conta com amplo apoio popular vem sendo descaradamente negligenciada em Lajeado. Ora por ego, ora por interesses próprios. Não divulgar é direito de qualquer cidadão comum, claro. Mas, quando tratamos do site oficial da Câmara de Vereadores, essa negligência pode muito bem ser interpretada e julgada como uma manobra política ilegal. Afinal, o portal custeado pelo contribuinte não pode “ter lado”, certo?

Para quem não está habituado, eu explico. No site oficial da Câmara é possível acessar o link “Matérias Legislativas”. Lá, estão todos os projetos protocolados nas últimas legislaturas – legais e ilegais. E sempre funcionou bem. Nesse mesmo espaço já consta, por exemplo, o importante projeto da Oposição para isenções de IPTU às famílias de baixa renda, e que foi protocolado dias após a proposta tucana. A bem da verdade, a proposta do PSDB inexiste no site. É estranho, não?

Estariam os vereadores de Lajeado tentando esconder a matéria que atinge em cheio as próprias regalias?

À Assessoria de Comunicação da Câmara de Vereadores, que é paga com o dinheiro de todos os contribuintes, cabe divulgar todo e qualquer projeto protocolado pelas bancadas. Da Situação ou da Oposição. Dito isso, resta uma dúvida: estariam os parlamentares tentando esconder a matéria que atinge em cheio suas próprias regalias? A resposta, caros leitores, parece-me óbvia. Mas essa pergunta precisa ser encaminhada ao Ministério Público.


Parem de chamá-lo de “Mito”

Não faço votos por impeachment. Tal como no enredo envolvendo Dilma Rousseff, entre 2015 e 2016, eu não torço para que o despreparado Jair Bolsonaro caia antes do fim do mandato de quatro anos. O povo o escolheu – ou em sua maioria –, e democracia é respeitar a decisão das urnas. Mas, se por ventura não chegou a hora de Bolsonaro deixar o Palácio do Planalto, já passou o momento do contribuinte parar de chamar este servidor público de “Mito”.

Lula sempre foi chamado de Lula. FHC de FHC. Trump é Trump, Churchill sempre foi Churchill e Getúlio, no máximo, foi Vargas. Os grandes líderes do passado não foram tratados como “Mitos” ou “Messias” de forma tão escancarada e fervorosa. E o que parecia uma piada de mau gosto antes do pleito, hoje vem se tornando algo muito perigoso. Afinal, ao ser tratado com tamanho “endeusamento”, Bolsonaro não vê limites em suas ações.

Eu considero incipiente um impeachment. As “provas” apresentadas pelo ex-Ministro da Justiça são vagas. E o fato dele só apresentá-las agora, após o pedido de demissão, torna o enredo ainda mais desconfiável. Sergio Moro parece mais preocupado com sua biografia e 2022, e isso precisa ser levado em conta ao analisarmos as “denúncias”. Mas isso é conversa para amanhã. Hoje, mais do que nunca, é preciso acabar com essa perigosa alcunha de “Mito”.


Austeridade na Câmara

Mesmo com este movimento de boicote a um dos mais importantes projetos protocolados na Câmara de Lajeado nos últimos anos, o contribuinte pode ficar tranquilo: o Grupo A Hora seguirá acompanhando a matéria. Nosso compromisso com o bom uso do dinheiro do contribuinte está acima de pressões e egos. Dificilmente teremos nova oportunidade para recuperar a austeridade no Legislativo, que resta contaminada com as dezenas de assessores particulares. Não adianta reclamar depois!


Olho do furacão!

A Unidade da JBS em Passo Fundo virou case mundial. Nessa semana, o jornal The New York Times publicou matéria sobre um dos principais focos de Covid-19 no sul do Brasil – ou mesmo em todo o país. E é inevitável pensar nas unidades da Minuano e da BRF, em Lajeado, onde o número de casos confirmados de funcionários ou parentes infectados com o novo coronavírus já ultrapassa as duas dezenas. Parece-me que, inevitavelmente, o Vale do Taquari será notícia mundial se uma solução imediata não surgir nos próximos dias.



Quebradeira!

Empresário lajeadense afirma: “Jair Bolsonaro causou prejuízos”. Eleitor do atual chefe da nação, ele previa um investimento no valor de R$ 2 milhões em produtos de tecnologia. Como a compra foi realizada na China, pagou à vista, ainda com o dólar baixo. Mas os impostos dessa negociação foram pagos apenas no momento da retirada do produto, em solo brasileiro. O cálculo previa R$ 1,2 milhão com os produtos e R$ 800 mil em impostos – totalizando os R$ 2 milhões. “Mas, diante dos problemas gerados em Brasília e a consequente alta do dólar, o custo total dos impostos pulou para R$ 1,2 milhão. Um ‘tufo’ de R$ 400 mil.”


“Flash mob” para os heróis!

Um grupo de Lajeado planeja uma justa homenagem aos profissionais da área da saúde que atuam no Hospital Bruno Born (HBB) – e que simbolicamente já é estendida aos demais atores que atuam em todas as demais casas de saúde da região. Será uma espécie de “flash mob”, com poucas pessoas e boa música. “Será dia 1º de maio, em frente ao HBB. É um reconhecimento aos profissionais, desde a área clínica até o setor da limpeza, que estão batalhando para salvar a vida dos outros”, explica a jornalista, Laura Peixoto.

Acompanhe
nossas
redes sociais