“A gaita é o que me move”

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“A gaita é o que me move”

Formado técnico em agricultura, Gilmar da Silva Júnior, o “Juninho Gaiteiro”, 25, decidiu seguir outro ramo. Apaixonado por gaita, trabalha como professor de música em São José do Herval, Pouso Novo e Putinga. • Como você aprendeu a tocar a…

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“A gaita é o que me move”

Formado técnico em agricultura, Gilmar da Silva Júnior, o “Juninho Gaiteiro”, 25, decidiu seguir outro ramo. Apaixonado por gaita, trabalha como professor de música em São José do Herval, Pouso Novo e Putinga.

• Como você aprendeu a tocar a gaita?

Aprendi a tocar com sete anos com meu pai. Mas tudo começou quando deu aula particular. No começo nem queria saber de instrumentos musicais. Aí me chamou a atenção a gaita do aluno, que era um modelo menor, de oito baixo. Ficava cuidando o pai ensinar ele e pedi para aprender junto. Após aprender, comecei a fazer pequenas apresentações em festas regionais, CTGs e Rodeios.

• Quais são as peculiaridades deste instrumento?

É um sentimento tu escutar um toque de gaita. Traz o orgulho de ser Gaúcho. Uma coisa de tradição que nosso estado tem em alta é o toque de gaita. Em qualquer lugar do mundo, quando se ouve um som de gaita, todo mundo se lembra do Rio Grande do Sul.

• Por que é difícil encontrar professores de gaita?

Acredito que não seja isso. Há muito desinteresse das pessoas. Quem toca o instrumento se disponibiliza a ensinar quando é procurado. Têm muitas crianças que buscam sim, mas como a gaita remete mais ao tradicionalismo, elas preferem aprender tocar violão para poder tocar uma música mais nova.

• Como a música tradicionalista entrou na tua vida?

Ela entrou na minha vida logo depois de aprender a tocar o instrumento. Meu pai tocava bem as músicas raiz, as gaúchas do tempo antigo. Aprendi a gostar e comecei a participar de CTGs, rodeios, sempre que podia participava de eventos. Sempre gostei de tocar musicas de José Mendes, Teixeirinha e Gildo de Freitas que são nossos ícones.

• Tem como imaginar a música tradicionalista/nativista sem a gaita?

No nativismo hoje têm muitas músicas que são tocada no violão, mas a música gaúcha sem gaita, não é musica gaúcha. Essa é a verdade. Tem que ter um toque de cordeona. É um embalo, um sentimento que a música transmite só em um toque de gaita.

• Quem são tuas inspirações?

Prezo muito pelo Gildo de Freitas, Teixeirinha e José Mendes, que são gaiteiros que cantavam junto. Sou diferente dos demais que se inspiram em Albino Manique e Borquetinho, pois esses aí só tocam e não cantam.

• O que a gaita significa hoje para você?

É meu passado, presente e futuro. Logo quando aprendi a tocar mudou totalmente minha linha de pensamento. Eu quis buscar o tradicionalismo. Abriu muitas portas. Hoje tenho minha banda, consigo me apresentar, tocar gaita nela. O meu trabalho depende da gaita. Desde que aprendi a tocar, ela está na minha vida e nunca mais saiu. Sou formado em outras áreas, como em técnico em agricultura. Não segui esse rumo. Preferi ir para gaita, que é o que me move.

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