Sobre motivar equipes

Opinião

Raquel Winter

Raquel Winter

Professora e consultora executiva

Sobre motivar equipes

Por

Trabalho com consultoria e treinamento organizacional há mais de 20 anos e, desde sempre, fui procurada para dar cursos ou palestras motivacionais. Quando isso acontece, percebo que o que realmente os clientes estão buscando é um movimento que possa alegrar suas equipes, deixá-las felizes e otimistas para que, assim, tenham um melhor desempenho. É então que costumo apresentar o meu ponto de vista e que agora também irei compartilhar com vocês.
Basicamente o que penso é que a empresa não tem responsabilidade sobre o estado de alegria das pessoas e que pode sim proporcionar um ambiente de trabalho digno, justo, de crescimento pessoal, intelectual e que, especialmente dessa forma, não seja a razão da infelicidade de ninguém. Acredito que para motivar pessoas temos que engajá-las em um propósito que faça sentido para elas. A maioria de nós trabalha porque precisa ser remunerado. Isso é fato. Mas essa remuneração pode ser alcançada de forma que o trabalho, mesmo que árduo, não seja encarado como um fardo.
Não creio que a motivação eficaz aconteça com palestras ministradas por pastores do empreendedorismo que gritam empolgados: “você pode tudo!”. Realmente não acredito que toda pessoa pode tudo. Há limites para todos nós que somos humanos. A motivação profissional acontecerá com um programa de gestão de pessoas bem estruturado, com a presença de lideranças inspiradoras, com a coerência entre discurso e as ações e, é claro, com transparência e com a maturidade das pessoas. Uma fala bem construída poderá provocar reflexões e entusiasmar por um tempo, mas a verdadeira motivação acontece quando associada a um conjunto de esforços que são entregues com metas, endomarketing, gestão dos conflitos e pela construção de equipes que sintam orgulho de pertencer à empresa.
Por fim, penso que a alegria de viver é responsabilidade de cada um. Poderei sentir-me infeliz em dado momento, por motivos pessoais ou mesmo relacionados à rotina profissional, mas isso não me dá o direito, por uma questão de postura profissional, de atender meus clientes mal humorada, tampouco me permite fazer corpo mole na busca pelas metas. Os profissionais precisam compreender que faz parte das competências, a automotivação e a gestão do seu próprio comportamento. E as empresas precisam aceitar que a motivação não acontecerá com uma palestra, mas sim, com um conjunto de ações coerentes e organizadas para esse fim.

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