Situada na parte baixa da cidade, a avenida Décio Martins Costa possui uma importância histórica para Lajeado. Por ela, cruza o Arroio do Engenho, o que levou a comunidade a apelidar o trecho de “Rua do Valão”.
Só que, em dias de chuva forte, o local se tornou um pesadelo para moradores e comerciantes. A última grande enxurrada, ocorrida no dia 4 de outubro, causou inúmeros transtornos. A avenida ficou intransitável, carros estacionados na via foram inundados e até estabelecimentos próximos foram atingidos. A caótica manhã foi a gota d’água para o início de uma mobilização.
Dispostos a buscar uma solução para o recorrente problema das enxurradas na avenida, eles criaram o grupo batizado de “Ação pelo Valão”. A iniciativa partiu do empresário Jairo Cardoso, o Stampinha, que abriu há cinco meses uma lavagem e estacionamento às margens da avenida.
Mesmo sabendo do histórico em dias de fortes enxurradas, Cardoso investiu no local e não se arrepende. Agora, quer ajudar a tornar o Valão um lugar melhor. “Queremos resolver um problema que não é apenas nosso, e sim de todo usuário da Décio Martins Costa e também de moradores do Centro e do bairro Hidráulica”, salienta.
Área nobre
Ricardo Damo, 52, já viveu inúmeras situações de enxurradas no Valão. Proprietário de uma autoelétrica há 22 anos, ele encarou incontáveis enxurradas, que chegaram a invadir o seu estabelecimento, mas jamais pensou em mudar de endereço.
“Cheguei a enfrentar dez enxurradas em apenas um ano. Muita gente desistiu de ficar aqui, mas tenho uma visão diferente. É uma área nobre, localizada no Centro da cidade. Tem um fluxo muito grande, dia e noite. É uma porta de entrada e saída de Lajeado”, opina.
Há um ano, Alexandre Pavi, 47, abriu uma revenda de carros na Rua do Valão. E também não pensa em deixar o local. “Há o problema da falta de escoamento, mas acreditamos em uma melhora”, sintetiza.
Possíveis soluções
O Ação pelo Valão realiza reunião hoje, às 11h, com moradores, comerciantes e Poder Público. Foram convidados o secretário municipal de Obras, Fabiano Bergmann (Medonho), e vereadores da base aliada e da oposição.
Medonho, inclusive, levantou o assunto em reunião dos secretários na última semana e pretende ouvir sugestões para buscar uma solução.
“Primeiro vamos fazer um levantamento de como está a situação dentro das galerias. Existem cuidados a serem tomados e provavelmente uma empresa terceirizada experiente fará esse trabalho”, salienta.
Para o secretário, é necessário um investimento definitivo para resolver o problema. “Tem que ser algo amplo, não adianta fazer algo momentâneo”, especula.