Sentimento anti-Globo  nos levará para onde?

Opinião

Adair Weiss

Adair Weiss

Diretor Executivo do Grupo A Hora

Coluna com visão empreendedora, de posicionamento e questionadora sobre as esferas públicas e privadas.

Sentimento anti-Globo nos levará para onde?

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Não apenas a afronta do presidente Bolsonaro aumenta a rejeição aos grandes grupos de mídia, mas também a esquerda radical alimenta o coro crítico faz anos, agora fortalecido pelas redes sociais. Mas afnal, qual é o resultado efetivo até aqui?

Nunca fui adepto de teorias conspiratórias ou algo do gênero. Exageros à parte, os conteúdos – verdadeiros e falsos – na internet denotam o grau de rejeição que parte dos brasileiros nutri pela grande imprensa, especialmente pelo maior conglomerado de mídia do país: a Rede Globo. E, convenhamos, sobram razões para tal sentimento.

Paulo Henrique Amorim fez dezenas de denúncias contra a Globo, especialmente, nos últimos anos. Todas sem sucesso, talvez, em virtude da pouca audiência.

Paulo Henrique Amorim fez dezenas de denúncias contra a Globo, especialmente, nos últimos anos. Todas sem sucesso, talvez, em virtude da pouca audiência.


Tamanha aversão é facil comprender por quem conhece um pouco dos bastidores que ergueram o império da família Marinho, uma das mais ricas no país. Desde a Ditadura Militar aos dias atuais, o clã da poderosa emissora carioca se envolve em transações polêmicas e nada convencionais, para dizer o mínimo.
Um vídeo do falecido jornalista Paulo Henrique Amorim, de 2017, ganhou as redes sociais após a sua morte recente. Reeditado, sem as partes onde ataca o PSDB, o vídeo faz sucesso entre os grupos de WhatssApp com viés mais inclinado ao ataque midiático.
Na reportagem original, Amorim relata como as Organizações Globo se beneficiam do ilícito, burlam a legislação, sonegam impostos e manobram dívidas com a União, especialmente, nos governos FHC, Lula e Dilma.
O vídeo completo e na íntegra (Por que ninguém quer a delação de Palocci contra a Globo) ainda é atual e vale a pena assistir: https://www.youtube.com/watch?v=0Yr68C2adK4.
São 11 minutos que revelam a “operação fraudulenta” no mundo do futebol, especialmente durante a Copa do Mundo. Amorim invoca o repórter Luís Carlos Azenha, da Rede Record, e cita o seu livro – O Lado Sujo do Futebol – para mostrar como a Globo age nas “sombras”.
Ainda revela o furto do processo na Receita Federal que safou a Globo de uma investigação criminal bilionária e “salvou” a família Marinho da prisão, além de outras denúncias.
No comentário também sobram críticas para o ministro Gilmar Mendes e o ex-juiz Sérgio Moro, “pouco interessado” na delação de Antonio Palocci acerca do que sabia sobre a emissora carioca.
Paulo Henrique Amorim morreu criticando a Globo, a Folha de São Paulo e o Grupo Abril, numa clara discordância do modus operandi destes veículos, onde chegou a trabalhar nos anos 80 e 90. Desde então, servia aos pastores da Rede Record, principal concorrente dos conglomerados paulista e carioca.

Mera coincidência é pura ironia!

Amorim fazia, “em nome da esquerda”, o que o atual presidente Jair Bolsonaro faz “em nome da direita”: criticar o maior grupo midiático do centro do país.
Esta semana, o presidente se reuniu com diretores de mídias regionais do Sul do Brasil. No encontro, deixou clara sua briga com a Globo e os demais veículos que “tentam desconstruir sua imagem a qualquer preço”. Acenou para os veículos regionais e insistiu em “bater pé, assim como prometera na campanha eleitoral”.
Fato é que Lula e Dilma também se queixavam da Globo e companhia, mas nunca tiveram coragem de enfrentar. A mais voraz e afrontosa crítica à Globo, até então, fora protagonizada por Leonel Brizola (PDT). Com isso, ele foi literalmente “trucidado” com um bombardeio permanente e sistemático de notícias negativas sobre seu governo no Rio de Janeiro, enquanto governador. E todas as vezes em que havia uma oportunidade, a Globo dava um jeito de tirar uma “lasquinha” de Brizola.
Bolsonaro se arrisca. Afirma ser para o bem do país. Tenta arrematar apoio por meio das redes sociais, mas cai na armadilha do excesso de confiança, ao “comprar briga” com muitos grupos diferentes, ao mesmo tempo.
Há dúvidas se sustentará a queda de braço até o fim, pois Dilma caiu quando já não era útil aos interesses daqueles que manobram a República, faz décadas. Bolsonaro tem uma intenção positiva, ainda que um tanto controversa diante das “pérolas” que solta, e a defesa intransigente que faz a sua “incrível” prole. O choque de Bolsonaro ao status quo – com vários ao mesmo tempo – é um jogo perigoso, pesado e longe de terminar.
A população fica entre as rasas e conflitantes informações que recebe pelas redes sociais ou da grande mídia. Assim, cria-se uma confusão na cabeça dos brasileiros, os quais muitos preferem se revoltar e apenas acreditar no que convém, inclusive, nas mais absurdas bobagens e fakenews.
Com o bombardeio diário da grande mídia – especialmente da Globo – contra o presidente, sua figura enfraquece. Primeiro, entre os eleitores mais orientados ao centro e, aos poucos, também “murcha” o ânimo de seus defensores, enquanto reforça o argumento dos radicais contrários.
Para onde nos levará a queda de braço entre o presidente e os setores conservadores do país?
Leonel Brizola padeceu, Dilma caiu, Amorim já faleceu e a Globo inaugurou, na semana retrasada, o maior e mais moderno complexo de gravações da América Latina. Custou uma fortuna.
Bolsonaro, enquanto tiver disposição, deve alimentar o ódio contra a Globo, custe o que custar. Será?
Realmente, fico curioso, sabendo que a maioria dos lares brasileiros mantém uma telinha carioca sintonizada quase todos os dias.
É mais ou menos assim: não importa se falam bem ou mal. Me assistir, basta!

Tabuleiro político em Lajeado

O MDB se prepara para enfrentar o atual governo em 2020. O estrategista Celso Cervi comanda os bastidores da sigla e o conjunto de aliados que deve se somar ao projeto. Carlos Ranzi é o nome preferido de Cervi, embora a sigla sustente que outros nomes são bem-vindos.
Daniel Fontana (PSB) andou conversando com a delegada Márcia Scherer e Sérgio Kniphof (PT). Fontana quer colocar areia no caminhão dos peemedebistas para arrematar novos aliados, numa perspectiva em que qualquer sigla poderia ser cabeça de chapa, para enfrentar o atual prefeito, Marcelo Caumo, com mais unidade de forças.

A oportunidade da Indústria 4.0

Reportagem do A Hora no fim de semana anterior dá conta que faltarão profisisonais no Brasil, especialmente nas áreas de tecnologia, automação de processos e análises de dados. Estas são as novas profissões do futuro e para as quais pouquíssimos estão preparados.
Acelerar o Pro_Move Lajeado pode diminuir esta carência, mas será insuficiente se as empresas e instituições da região não se abrirem para as inovações em curso. Profissionais que saibam operar processos robóticos estão entre os mais promissores.

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