A ampliação do aterro sanitário, iniciada neste ano, mostrou que o município ainda produz muito lixo. E que falta um maior entendimento da população, principalmente na hora de separar corretamente os resíduos. Por isso, há um trabalho constante de conscientização, liderado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Saneamento Básico.
Depois de apresentar queda por três anos consecutivos, entre 2015 e 2017, o recolhimento de lixo no município voltou a crescer no ano passado, atingindo 6,1 mil toneladas. A média diária foi de 16,7 toneladas, considerando dias úteis, feriados e fins de semana. Por mês, a quantidade recolhida alcançou uma média de 509,6 toneladas.
Todo o lixo que entra no aterro é triado. Segundo o secretário municipal de Meio Ambiente e Saneamento Básico, Hilário Eidelwein, são realizados três leilões por ano. “Nós reciclamos, em média, 20% do lixo recolhido. Ano passado foram 1,4 milhões de quilos de lixo reciclado. Isso mostra que evoluímos na questão ambiental, pois as pessoas estão separando mais”, avalia.
A arrecadação total com os leilões no ano passado, de R$ 502 mil, foi superior ao montante de 2017 (R$ 352 mil). A compra é feita por empresas gaúchas e, por vezes, de estados como o Paraná.
“Estamos longe da perfeição, mas pertencemos em um seleto grupo de cerca de 50 municípios do Rio Grande do Sul que dão o destino correto ao lixo”, avalia o secretário. Ainda assim, ele lamenta a quantidade de “lixo perdido”, fruto da falta de consciência de pessoas.
Coleta diária
De segunda a sábado, circula pelas ruas da cidade e do interior, nos três turnos, o caminhão da coleta seletiva de Estrela. Para atender a demanda, um cronograma foi estabelecido. Em locais como o Centro, a região do Hospital e a avenida Rio Branco, o veículo passa todos os dias.
“Onde se coleta o lixo orgânico de manhã, jamais se coleta o lixo seco no mesmo turno. Sempre é feito no turno inverso”, explica Eidelwein, afirmando que o cronograma e a coleta seletiva são elogiadas pela comunidade, através de pesquisas feitas pela secretaria. “As reclamações são praticamente zero”.
O secretário destaca também o trabalho de logística reversa, onde orienta a destinação de alguns produtos que não são de responsabilidade do poder público. “Fizemos um levantamento, cadastramos todo o comércio que vende pilhas e lâmpadas.
Eles assinaram um termo de compromisso de que tem que receber esses produtos usados e dar o destino final”, salienta.
Entretanto, Eidelwein lembra que alguns comerciantes, embora cientes, ainda descartam os produtos e o Ministério Público deve abrir inquérito por não cumprirem com suas responsabilidades.
Vida útil de dez anos
A primeira das quatro etapas previstas para a construção da nova célula de rejeitos da Usina de Tratamento de Lixo (UTL) foi concluída na última semana. Medindo 40 metros de comprimento e oito de profundidade, ela deve ter uma vida útil de 26 meses.
Conforme Eidelwein, concluída a célula, ela poderá ser utilizada por um período de dez anos. “Daqui a um ano e meio devemos abrir novo processo licitatório para começar a próxima etapa e construir mais uma célula”, comenta.
Para abrir a primeira célula, que já está recebendo o material não reciclável, o governo investiu R$ 286,8 mil e a obra durou cerca de dois meses. A necessidade de ampliação do aterro sanitário se dá pelo fato da célula ter superado a capacidade de armazenamento de lixo.
MATEUS SOUZA – mateus@jornalahora.inf.br