O fim de um ciclo

Política

O fim de um ciclo

Cinco vezes deputado federal e uma vez estadual, trabalhista não conseguiu a reeleição

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O fim de um ciclo
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Enio Egon Bergmann Bacci nasceu em 19 de setembro de 1958, em Lajeado. Formado em Direito, iniciou na política partidária em 1981. Sua ascensão iniciou uma década depois. Em 1992, aos 34 anos de idade, lançou-se a vereador pelo primeiro e único partido, o PDT. Ele foi o terceiro mais votado com apoio de 1.347 de um total de 37.524 eleitores.

No dia 4 de janeiro de 1993, a primeira sessão dele como político eleito pelo voto direto. No plenário, discursou sobre a crise econômica do país – que à época vivia o período pós-impeachment de Fernando Collor – e destacou “a importância de uma política social em prol das comunidades carentes”.

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Pretendia, ao lado do partido, atuar junto com o recém-eleito prefeito, Leopoldo Feldens. Naquele ano de 1993, a câmara presidida por Felice Bolsi, Milton Dalmoro e Nelson da Motta votou algumas matérias polêmicas. Entre essas, a criação de cargos de assessor parlamentar e assessor jurídico do Legislativo. Bacci foi a favor das medidas.

A carreira no Legislativo do município foi curta. Dois anos depois, em outubro de 1994, concorreu a deputado federal, também pelo PDT. Ele fez 13 mil votos só em Lajeado. Na época, reclamava da falta de apoio por parte de alguns líderes do partido. “Faltavam cinco dias para terminar a campanha e já não tínhamos mais material”, disse aos repórteres na época.

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Sem as urnas eletrônicas, a contagem dos votos chegava a demorar mais de uma semana. Não foi diferente naquela vez. Ele disputou voto a voto com o colega de PDT, Athos Rodrigues. O resultado final veio às 19h de um sábado, 8 de outubro de 1994. Bacci estava em casa com familiares. Ele fez 29.597 votos, 133 a mais do que o adversário.

Nos primeiros discursos após a confirmação da última vaga do partido na Câmara federal, Bacci citou Leonel Brizola. “Ou renovamos de maneira radical ou então vamos ficar na poeira da história”, disse. Também já cogitava candidatura a prefeito naquela época. “A votação que obtivemos nos credencia para tanto. Porém primeiro quero lutar pelo Vale do Taquari.”

Antes dele, o último representante do Vale do Taquari em Brasília fora Guido Moesch, de Arroio do Meio, entre 1983 e 1987. Naquele mesmo pleito de 1994, Heron de Oliveira e Erni Petry se reelegeram deputados estaduais. Já Hélio Musskopf e Antônio Lorenzi ficaram na suplência.

Bacci emplacou outros quatro mandatos seguidos como deputado federal. Foi eleito em 1998, 2002, 2006 e 2010. Nesse período, tentou a prefeitura de Lajeado em 2004, mas foi vencido por Carmen Regina Cardodo, do PP. Já em 2007, atuou por alguns meses como secretário estadual de Segurança Pública na gestão da ex-governadora do RS, Yeda Crusius, do PSDB.

Derrota e retiro espiritual

Nesse domingo, Bacci chegou ao Colégio Estadual Moisés Candido Veloso por volta das 11h. Estava acompanhado da mulher e de um assessor parlamentar. Aguardou na fila, cumprimentou eleitores e conversou brevemente com o ex-deputado, Erni Petry. Após o voto, foi para a casa, no bairro Hidráulica.

Por volta das 19h, já com o resultado prévio indicando a derrota, foi à radio anunciar o fim do ciclo dele no Legislativo. Em nota encaminhada ao A Hora, diz que prefere não conceder entrevista neste momento.

“O baque foi grande e por ora vou me recolher.  Farei um retiro espiritual buscando redefinir rumos na vida. Agradeço o apoio e carinho de todos, e humildemente peço desculpas por eventuais erros. Meus objetivos durante 26 anos na política sempre foram fazer o bem e ajudar as pessoas.”

Rodrigo Martini: rodrigomartini@jornalahora.inf.br

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