“Sempre fui eu quem sentou nesta mesa”

Teutônia - CPI ARQUIVADA

“Sempre fui eu quem sentou nesta mesa”

Jonatan Brönstrup fala sobre a reconstrução do governo e sobre o arquivamento da CPI na câmara

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“Sempre fui eu quem sentou nesta mesa”
Teutônia
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Na semana seguinte ao arquivamento da CPI, o prefeito Jonatan Brönstrup rompe o silêncio. Em entrevista exclusiva ao A Hora, ele fala sobre os impactos gerados pela Operação Schmutzige Hände na gestão, a reconstrução governamental e a dissolução do cerco político com o término do processo no Legislativo.

Segundo o chefe do Executivo, a administração nunca deixou de trabalhar focada em seu plano de governo, mesmo em meio aos desdobramentos das investigações conduzidas pelo Ministério Público. O prefeito afirma lamentar a “politicagem” em torno do processo jurídico e rechaça com veemência a acusação de que seu pai, Ricardo Brönstrup, era o mandatário da gestão.

A Hora – Como você recebeu a informação sobre o arquivamento da CPI?

Jonatan Brönstrup – Eu estive muito tranquilo em todos os momentos, desde que surgiu alguma dúvida em relação ao governo, principalmente no que se refere aos processos licitatórios. Logo que aconteceu toda a situação, que é de conhecimento de todos, eu fui um dos que solicitou para que os vereadores abrissem a CPI, para que não houvesse nenhuma dúvida em relação a tudo o que estava sendo feito aqui dentro. Sempre defendi que quem é público não pode ter medo de ser investigado. O que me deixou triste, de certa forma, é que usaram um processo judicial, que não tinha relação nenhuma comigo, para fazer politicagem. Eu não concordo com a forma que muitos enfrentaram isso, pois os mesmos que incitaram a criação da CPI, principalmente da oposição, foram os mesmos que a arquivaram, percebendo que não havia nada de ilegal em nosso governo. Porém, no momento oportuno, quando se estava no auge da discussão do processo, aproveitaram para fazer discursos calorosos na tribuna, incitando o ódio por parte da população. Mas eu recebi a notícia do arquivamento com muita tranquilidade e nenhuma surpresa.

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Após as turbulências decorrentes da Operação Schmutzige Hände, como está sendo a reconstrução do governo?

Brönstrup – Em nenhum momento nós deixamos de trabalhar. Todo essa reconstrução foi feita com muito trabalho, mesmo com os desafios e dificuldades. a nossa gestão permaneceu focada nas ações do nosso plano de governo. Prova disso é que diversas ações ocorreram durante esse processo turbulento. Num primeiro momento, essa reconstrução precisou ser emergencial, comigo assumindo algumas responsabilidades que antes eram compartilhadas com outros servidores, mas nunca tentamos incriminar qualquer um deles, até porque os trabalho de investigação e julgamento deve ser feito pela Judiciário, pelo Ministério Público, que são órgãos competentes para isso. Uma das ações governamentais que estão ocorrendo e que não foram interrompidas durante este processo foi a reestruturação da Secretaria da Saúde, com a entrada do secretário Hélio Brandão. Temos hoje o atendimento do Centro Avançado de Saúde aberto ate as 22h, desafogando o Posto de Saúde do bairro Languiru. Finalizamos na semana passada o processo de credenciamento da escolas comunitárias para a aquisição de 950 vagas na educação infantil. São ações que levam tempo e que não puderam parar enquanto acontecia toda essa turbulência dentro do governo. É claro que os ânimos políticos se exaltam mais em função das eleições, mas no município estamos tendo paz para poder governar e alcançar aquilo que nós nos propusemos a fazer que é melhorar a vida das pessoas da nossa cidade.

Quais medidas foram adotadas para um controle maior sobre os processos internos?

Brönstrup – Temos que ter consciência que foi uma investigação que pode ocorrer em qualquer governo, em qualquer município, pois esse é o papel do MP. O que acontece é que Teutônia já tinha um controle eficiente sobre todos os processos licitatórios, inclusive profissionais concursados neste setor desde a emancipação do município. Outra coisa é termos algumas ferramentas que já deveriam ter sido implementadas há muito tempo, como por exemplo o pedido de compras eletrônicas. Isso já se havia tentado implementar em 2015 e em 2016, mas houve uma resistência muito grande por parte daquela administração. Hoje nós implementamos esse sistema eletrônico, em que todos os pedidos são feitos por meio eletrônico, dentro das secretarias, de acordo com as características de determinado produto para aquisição. Com isso, tornaram-se muito mais transparentes as ações do setor. Foi uma medida que nós adotamos logo depois que aconteceu essa situação. Também aumentamos o número de pessoal no setor de licitações. Antes eram três servidores, hoje são cinco servidores e mais uma assessor jurídico que atua diretamente vinculado ao setor.

[bloco 2]

A Hora – O despacho do Judiciário que determinou as prisões em março alegava que o ex-prefeito Ricardo Brönstrup era “quem dava as cartas” na administração. Como você avalia isso?

Brönstrup – Eu tenho o maior respeito pela trajetória política de meu pai. Sobre essa parte do despacho, eu absolutamente não entendi, porque em todos os momentos, desde o início do governo, quem orientava as ações sempre fui eu. Se quiser conversar com toda a minha equipe, isso vai ficar muito claro. A figura política do meu pai foi importante para me conduzir a vereador e também reconheço a importância que teve para eu me eleger prefeito. Mas não porque me ajudou a me eleger, que era ele quem conduzia as rédeas do município. Isso eu afirmo aqui e descarto essas acusações de forma veemente, com toda a tranquilidade. Nesta cadeira em que eu estou sentado, sempre fui eu quem aqui sentei, sempre fui eu que aqui determinei as ações e as políticas públicas que seriam feitas pelas secretarias. Em momento algum eu me preocupei em combater esta inverdade por que tenho a tranquilidade em dizer que, desde 1º de janeiro de 2017, o prefeito de Teutônia sou eu, Jonatan Brönstrup.

Depois dos desgastes causados pela operação, como reconquistar a confiança da comunidade?

Brönstrup – Não existe fórmula mágica para isso. Nós precisamos trabalhar e mostrar de forma transparente todas as ações do governo. É com o tempo. Não é possível simplesmente querer que, a partir de agora, a comunidade volte a confiar em mim. Eu preciso demonstrar por meio do trabalho, por meio de ações que vão solucionar as demandas da sociedade. É para isso que nós estamos aqui. A política para mim é um meio para tentar modificar o universo em que estou inserido. Eu quero poder sair do governo, daqui a dois ou seis anos, olhar para trás e perceber que as marcas positivas são maiores que as questões que abalaram negativamente a imagem do governo. Então, não tem nenhuma estratégia de marketing, pois acreditamos que é apenas por meio de trabalho, resultados, ações que refletem diretamente na vida das pessoas, que conseguiremos reconquistar a confiança das pessoas.

Alexandre Miorim: alexandre@jornalahora.inf.br

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