“Sou o parlamentar que mais trouxe recursos ao Vale”

ENTREVISTA COM OS CANDIDATOS

“Sou o parlamentar que mais trouxe recursos ao Vale”

Enio Bacci (PDT) quer dar continuidade ao trabalho desenvolvido na Assembleia Legislativa desde 2015. Segundo ele, honestidade, defesa da segurança pública e busca por mais espaço para a região são marcas do seu trabalho no parlamento

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“Sou o parlamentar que mais trouxe recursos ao Vale”
Vale do Taquari

Enio Bacci – PDT | Candidato a deputado estadual

Nome: Enio Egon Bertmann Bacci
Idade: 59 anos
Profissão: advogado
Naturalidade: Lajeado

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Histórico político:
Iniciou no movimento estudantil, na década de 1980. Foi presidente do grêmio do Castelinho e da União Lajeadense de Estudantes (Ules). Durante a faculdade de Direito, em Santa Cruz do Sul, presidiu o diretório acadêmico da Unisc. Candidatou-se pela primeira vez a cargo público em 1988, quando tentou ser vereador de Lajeado, mas não se elegeu. Em 1992, uma nova tentativa o colocou no parlamento municipal como um dos vereadores mais votados. Foram cinco mandatos consecutivos em Brasília. Nesse período, foi secretário estadual da Segurança Pública, durante o governo Yeda Crusius. Encerra neste ano o primeiro mandato como deputado estadual.

Vida comunitária:
Bacci afirma que trouxe muitas contribuições para a comunidade do Vale do Taquari por meio da atuação no Congresso Nacional e na Assembleia Legislativa. Como exemplo, cita recursos para a duplicação da BR-386 e para a construção da ponte entre Lajeado e Estrela.
Menciona também auxílios financeiros para Apaes, Fundef e Islam, além de repasses a administrações municipais para a construção de postos de saúde, ginásios e outros.


A Hora – Por que você se candidata a mais um mandato como deputado?

Enio Bacci – Algo que me orgulho muito é poder dizer que passei 20 anos em Brasília sem me envolver com nenhum tipo de maracutaia, de rolo ou de sacanagem. Brasília é vista hoje como uma escola de malandragem política. Muitos vão para lá para buscar riquezas, poder, e se beneficiar. Eu passei 20 anos e voltei porque quis. Na última eleição, em 2014, eu saturei de Brasília e entendi que toda aquela política que eu não gostava, que a gente via no dia a dia, não me servia mais. Também me deu saudades de estar mais perto dos amigos, familiares, então, resolvi voltar. Desde que fui secretário da Segurança, eu tenho estudado muito esse tema e sou reconhecido como o “homem da segurança”, porque fui um secretário que enfrentou a bandidagem. Apresentei fórmulas que melhoraram na época os índices do setor. Depois disso, o que vemos é as pessoas presas em casa, os bandidos soltos nas ruas e uma sensação de insegurança gigantesca. Espero, num próximo mandato, continuar esse trabalho honesto, com a ficha limpa, buscando espaços para as questões cruciais do Vale do Taquari e, principalmente, na área de enfrentamento à criminalidade, para que tenhamos um pouquinho mais de segurança para os gaúchos.

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Se reeleito, como será a sua atuação junto a comunidade regional? De que forma pretende articular as prioridades do Vale dentro do parlamento?

Bacci – O Vale do Taquari perde muito espaço político, em nível federal e estadual, por culpa dos partidos políticos. No momento em que lançam candidatos a granel, é sinal de que as siglas só estão preocupadas em fazer votos para a sua legenda e não com a representação que a região deveria ter. Se tivéssemos menos candidatos, a probabilidade de termos mais de um eleito seria maior. Com essa avalanche de candidatos, dificilmente alguém que só tenha votos aqui consiga se eleger. Felizmente, eu fico muito tranquilo porque o fato de eu ter sido secretário da Segurança expandiu o meu nome pelo estado. Hoje eu tenho votos em todo o RS, mas considero a minha base mais importante Lajeado e o Vale do Taquari.

A descrença na política está cada vez maior. Qual é sua estratégia para convencer o eleitor a acreditar nas suas propostas?

Bacci – A minha estratégia é a realidade, a verdade. Eu não sou um candidato que vem aqui prometer que, se eleito, fará alguma coisa. Eu venho dizer que eu já fiz. Se existe gratidão e reconhecimento por tudo o que eu fiz pelo Vale do Taquari, nas mais diversas áreas, como um político que ficou 20 anos em Brasília e tem a ficha absolutamente limpa, um político que pode ser visto como sinônimo de honestidade, eu tenho tranquilidade para dizer que a minha reeleição vai manter um político honesto na Assembleia, um político preocupado com as questões da região e alguém que já fez. Eu sempre defendi a tese de que o eleitor não pode votar em quem não conhece. É preciso saber o histórico do seu candidato: onde mora, onde nasceu, onde trabalhou, o que já fez, o que faz e onde encontrá-lo na eventualidade de querer cobrar, exigir, fiscalizar. Nós temos uma história para mostrar, um trabalho de seriedade, que deve servir para que as pessoas saibam que nós defendemos uma linha de tolerância zero em relação a qualquer tipo de delito ou desvio.

A eleição federal e estadual muitas vezes serve de trampolim para as eleições municipais. Ou seja, candidatos lançam nomes para se promover a cargos em esfera municipal na eleição seguinte. O que você pensa sobre isso?

Bacci – Trata-se de uma estratégia equivocada. Quem faz muitos votos numa eleição não significa que esses votos ficarão guardados em uma mala para que na eleição seguinte se repita essa votação. Cada eleição é uma história diferente. Alguém que não faz nenhum voto numa eleição pode, no pleito seguinte, simplesmente, explodir em votos. E, claro, o inverso pode ocorrer também.

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Nossa matriz econômica está sustentada no setor de alimentos. Temos sofrido, nos últimos anos, por adoções de políticas públicas equivocadas, especialmente na cadeia de leite. Se reeleito, como pretende trabalhar pelo fortalecimento da nossa principal base econômica?

Bacci – É importante que se tenha clareza sobre a função do parlamentar, que é legislar, fiscalizar e intermediar interesses regionais com o governo do estado e o governo federal. Não adianta o candidato vir aqui prometer que vai resolver isso e aquilo, porque essa não é a função de um legislador, mas sim do Executivo. O que eu posso fazer, continuar fazendo, e reforçar ainda mais, é interceder, em nome da região, das questões essenciais do Vale, como essa relação da produção de alimentos, da universidade – a Univates tem galgado espaços importantes nas conjunturas estadual e nacional –, de nossa condição de sermos um polo de saúde, de atendimento, de alta qualificação aqui no Bruno Born. Em tudo isso, queremos interceder e ser a voz do Vale do Taquari.

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Temos problemas de infraestrutura graves. Rodovias insuficientes e precárias, enquanto outros modais, como ferroviário e hidroviário, continuam obsoletos. Qual é sua proposta de atuação nesta área?

Bacci – Nós temos que pressionar o futuro governador para que saia desse marasmo em que nos encontramos hoje. Essa lamúria, onde apenas a resposta para tudo é “não tem dinheiro, não tem dinheiro”. Precisamos de uma proposta mais arrojada, que busque alternativas criativas que viabilizem algumas obras pequenas, mas essenciais. Precisamos de um trevo de acesso em Marques de Souza já há muitos anos. É um desastre o que ocorre lá em horários de pique. Precisamos de um acesso mais qualificado no Posto do Arco para termos menos congestionamentos. Precisamos buscar uma saída para que a BR-386 não fique cada vez mais esburacada. A ponte entre Lajeado e Estrela sobre o arroio ainda está sem o seu guard rail. Isso é inadmissível. Enfim, há uma série de questões de infraestrutura que precisam avançar, mas não há condições de andar se o governador simplesmente joga a chave do cofre fora e diz que o cofre está vazio. Se o governador fecha as portas, a representação regional também tem dificuldades.

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Qual é a sua avaliação sobre a implantação de pedágios? Como seria o modelo ideal?

Bacci – Ao fazer um contrato de pedágios, é preciso constar obrigações claras. Não basta a manutenção de rodovias, é necessário que haja também investimentos. Imagine se nós tivéssemos aqui um contrato com uma empresa privada na BR-386, por exemplo, prevendo um prazo de dez anos para ampliar a duplicação até Pouso Novo, até Soledade em um segundo estágio. Se for um contrato adequado, o pedágio pode ser aceito como uma alternativa. Mas, simplesmente, permitir que pedagiem a 386 e ela continuar nesse estado, é muito pouco. De qualquer forma, qualquer solução precisa ser construída ouvindo-se todos os órgãos representativos aqui do Vale do Taquari, e não decidido de cima para baixo por ninguém.

Em tempos de crise econômica, políticas de austeridade são adotadas pelos governos. Dentro desse debate, está a privatização de estatais. Qual é a sua opinião sobre isso?

Bacci – Eu tenho avaliado isso como muita cautela, porque acho que o Estado pode e deve se livrar de algumas estatais que não são de sua responsabilidade, algumas inclusive que não geram um resultado bom ou esperado pela população. Eu não tenho nada contra a privatização, mas exijo, sim, que o dinheiro de eventuais privatizações tenha uma destinação pré-estabelecida. Durante o governo Britto, por exemplo, privatizamos a CRT. Melhorou a qualidade de telefonia? Sem dúvida nenhuma, mas e o dinheiro da CRT? Sumiu, porque foi para o caixa único do Estado. É preciso assumir o compromisso de que os recursos serão usados na segurança, saúde, educação, para uma área específica. Não se pode simplesmente entregar as empresas de graça, ou em liquidação.

Alexandre Miorim: alexandre@jornalahora.inf.br

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