Polícia estima prejuízo de R$ 1 mi aos traficantes

LAJEADO - Rota do tráfico

Polícia estima prejuízo de R$ 1 mi aos traficantes

Cerca de três toneladas de maconha foram encontradas em uma carreta na BR-386

Polícia estima prejuízo de R$ 1 mi aos traficantes
Lajeado

A madrugada dessa sexta-feira será lembrada como a de maior apreensão de maconha da história do RS. Cerca de três toneladas da droga foram encontradas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-386.

A principal suspeita é de que carga vinha do Paraguai e iria para Novo Hamburgo, na Região Metropolitana, para abastecer o tráfico de drogas de uma das maiores organizações criminosas do RS, a mesma que teria feito o túnel para fuga em massa do Presídio Central de Porto Alegre.

A operação feita pela PRF traz à tona, mais uma vez, o uso da BR-386 como rota para o tráfico de drogas vindo do Paraguai, onde traficantes conseguem barganhar menores valores na compra de narcóticos.

Segundo o Divisão Estadual de Narcóticos da Polícia Civil (Denarc), o quilo no país vizinho é comprado entre R$ 200 e R$ 600 e no RS chega a ser vendido em valores que variam de R$ 1,2 mil até R$ 3 mil. Com isso, estima-se que a facção criminosa possa ter tido um golpe na receita de mais de cerca de R$ 1 milhão. Porém, apesar do prejuízo, esse grupo criminoso representa um dos maiores poderes econômicos do estado.

“Existem muitas variáveis em relação à compra de drogas no Paraguai: quantidade comprada e qualidade da droga, por exemplo” diz o delegado Mario Souza, diretor de Investigações do Denarc. Segundo ele, a maioria das drogas que circula na Região Sul vem do Paraguai e tem na BR-386 uma das principais rotas para o destrinchamento de cargas de drogas. “Além de o país vizinho ter muitas plantações de maconha, tem muitas rotas terrestres para circulação de veículos para transportar narcóticos”, comenta.

A polícia acredita que a droga seria fracionada e distribuída para o abastecimento em cidades do Vale do Sinos e da Serra Gaúcha. “O tráfico é criativo. Eles procuram mudar rotas, horários e veículos, sempre no intuito de desviar de barreiras policiais”, esclarece o delegado Souza.

A suspeita

O setor de inteligência da PRF passou informações para o posto de Lajeado sobre a suspeita de um caminhão bitrem vindo da região do Paraná, próximo ao Paraguai, com provável carga de drogas. Ao chegar em Lajeado, quatro agentes abordaram o veículo. O caminhoneiro de 50 anos, morador de Gravataí, disse que a carreta estava vazia. “Ele alegou ter ido até Iraí, no Paraná, para buscar o caminhão e levá-lo para conserto em Novo Hamburgo”, conta o chefe da PRF, Paulo Remi da Silva.

Ao revistar a carroceria, policiais encontraram uma grande quantidade de pacotes análogos à maconha. Segundo ele, teria recebido R$ 10 mil para levar o caminhão. “Grupos criminosos têm a BR-386 como um corredor. A rodovia liga a Região Metropolitana com o noroeste do estado, na fronteira com o Paraguai”, diz Silva. “A BR-386 é a principal rota de contrabando e tráfico de armas e drogas no RS”, afirma o coordenador de comunicação da PRF, Alessandro Castro.

Histórico

Outra apreensão de grande carga de maconha foi registrada em 2011, em um sítio de Viamão. Na ocasião a Polícia Federal apreendeu 2,7 toneladas da drogas.

Cristiano Duarte: cristiano@jornalahora.inf.br

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