O Uber chegou. E agora?

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor editorial e de produtos

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

O Uber chegou. E agora?

Para alegria de muitos e tristeza de outros, o Uber chega ao Vale do Taquari. Oficialmente funciona em Lajeado desde o último sábado, quando o primeiro motorista se habilitou. Hoje já devem ter mais pelas ruas. Em Estrela, Encantado, Arroio do Meio e Teutônia, a operação do serviço também está liberada.
Fazia tempo se esperava e falava do Uber em Lajeado. Agora é fato.
Motivo de debates, polêmicas e brigas por todas as cidades por onde avançou, o serviço de Uber divide opiniões. Incomoda, sobremaneira, os taxistas, que argumentam “concorrência desleal” pela ausência de tributação sobre o aplicativo. Alegam também perda de empregos e renda. Há razões para isso.

Os dois serviços têm vantagens e desvantagens. Ganhos e perdas. Que o debate sobre a entrada do Uber em Lajeado se mantenha pacífico

Os dois serviços têm vantagens e desvantagens. Ganhos e perdas. Que o debate sobre a entrada do Uber em Lajeado se mantenha pacífico


Toda vez que falamos em perda de empregos e concorrência desleal, é preciso refletir e analisar. No caso em discussão, vai ainda mais além. Até porque o Uber também cria empregos.
O fato é que o Uber se consolida como um serviço bem-aceito mundo afora. Me parece um tanto quanto insignificante querer resistir ou barrar o seu avanço. Pessoalmente, tenho preterido o Uber pelo táxi tradicional nas vezes que tenho usado serviço de transporte. Hábito e ideia de maior segurança me motivaram até aqui.
A entrada do Uber nas cidades brasileiras não tem sido pacífica. Os embates violentos registrados nas grandes metrópoles, por onde o serviço chegou primeiro, não se verificam mais na mesma intensidade. Ainda bem. Taxistas protestam, fazem mobilizações e cobram intervenção do poder público. Foi assim em Santa Cruz do Sul. Tem grandes chances de ser assim em Lajeado. Aliás, alguns taxistas foram até a câmara de Lajeado ontem à tarde e ensaiaram um manifesto.
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Entre idas e vindas, resistir parece chover no molhado. O mercado de trabalho tem sido impactado muito na última década. Além dos taxistas, serviços tradicionais sofreram com o surgimento de organizações e inovações a partir da tecnologia. O Uber é um exemplo clássico, ainda que a falta de regulamentação o diminua moralmente. O Uber chega a ser três vezes mais barato do que o táxi, conforme mostrou a reportagem do A Hora de ontem. Ainda que o preço seja um dos indicadores para a tomada de decisão dos consumidores, ele não é único. E é nisso que os taxistas deveriam se ater.
Inegável reconhecer que uma boa concorrência melhora a qualidade do produto. É assim em todos os segmentos. Aqui em Lajeado e na maioria das cidades, há reclamações sobre o atendimento – ou falta dele – por parte de taxistas. Diante do avanço do Uber – tem ainda cabify, 99pop que poderão surgir – taxistas, bons ou ruins, têm a oportunidade de reinventar-se e oferecer um serviço de mais qualidade e confiabilidade, a ponto de os consumidores preferirem pagar mais em detrimento a algum diferencial exclusivo. Até porque o Uber está longe de ser perfeito.


Troca de experiências

Em tempos tão líquidos, frenéticos, em que a falta de tempo é o mantra, o Troca-Troca de Livros da Univates é uma bela iniciativa. Desde o dia 23 até 29 de abril, a ação promovida pela Biblioteca da Univates, com o apoio do Museu Regional do Livro (MRL) e da editora da universidade, estimula a leitura, a reutilização e o compartilhamento de livros.


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(SEM LEGENDA)

A morte, a ameaça e a punição

São no mínimo inusitadas as pichações espalhadas na parede da igreja luterana em Alto Arroio Alegre, interior de Santa Clara do Sul. A inconveniente e criminosa ação, possivelmente assinada por um ex-presidiário, morador de Chapadão, alvoroçou a comunidade e espalhou medo entre a meia dúzia de moradores. Cão que late não morde, reza o adágio. Mesmo assim, a polícia deve investigar o caso, oficializar o autor e aplicar o rigor da lei.


Festa de Maio “a todo vapor”

O “furacão” que passou por Teutônia há cerca de um mês deixou rastros por todo lado. A Festa de Maio foi diretamente afetada e corria riscos de não ocorrer. Corria. Passadas três semanas, a Câmara de Indústria e Comércio assumiu a organização total do evento e já realinhou tudo que estava fora dos trilhos. A menos de um mês para começar o principal evento da cidade, os estandes estão praticamente todos vendidos. Isso mostra a força econômica e desenvolvimentista do município e da microrregião.
 

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