Para alegria geral dos gaúchos, a colheita e comercialização da semente mais apreciada do Região Sul já está liberada. Desde o dia 15, fruteiras e supermercados do estado podem ofertar o pinhão.
É a desculpa mais saborosa para reunir a família ao redor do fogão à lenha ou – no caso dos mais aventureiros – de uma fogueira feita com os ramos secos do pinheiro, para assistir à ‘sapecada’.
Neste início de safra, o preço do quilo deve variar entre R$ 6 e R$ 7, mas deve se estabilizar entre R$ 4 e R$ 5. A projeção, segundo o engenheiro agrônomo Ilvandro Barreto de Melo, da Emater, RS/Ascar – Regional Passo Fundo, é que o RS produza 800 toneladas. Fontoura Xavier é o município de produção expressiva mais próximo ao Vale do Taquari.
Mas como selecionar as sementes na hora da compra? Segundo a professora de culinária do Instituto Mix de Lajeado, Vanessa Birck, o pinhão sadio tem coloração vibrante e brilhante, com diversas tonalidades de marrom. “Quando a casca já está sem brilho e sua coloração sem intensidade, normalmente, o pinhão está fora da época de consumo”. Ela também lembra de verificar se não há furos, causados por bichinhos.
A conservação deve seguir alguns cuidados. Na geladeira, deve ser guardado com casca, na gaveta de legumes, em temperaturas de 2ºC a 10ºC em um saco plástico não lacrado. Nesse caso, o consumo é indicado em até 60 dias. Quando a intenção é cozinhar, a semente pode ser embalada a vácuo, sem casca, e mantida em refrigeração por até 15 dias.
O congelamento é o método que mais prolonga a vida do pinhão. Basta armazenar em um saco plástico ou recipiente bem fechado, no freezer. “Deve ser cozido antes de descongelar. Ou seja, do freezer direto para a panela”, orienta Vanessa.
O jeito mais eficaz de acertar o ‘ponto’ do pinhão é cozinhando em panela de pressão por 40 minutos, aponta ela. Porém quem aprecia essa iguaria sabe que o problema vem depois, na hora de descascar. Além da dica de dividir a semente na horizontal quando ainda está quente, Vanessa ensina um truque que deve ser feito antes de ligar o fogão.
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Basta fazer um pequeno corte no pinhão (no sentido transversal ao comprimento) com uma tesoura de poda, ou instrumento semelhante, e cozinhar em uma mistura de água e sal. Essa técnica dá mais sabor e facilita a retirada das cascas, que já estarão soltas ao término do cozimento. Muitas lojas de artigos para casa, porém, já vendem descascador específico. A saber: na internet, alguns tutorias mostram como completar essa missão usando um amassador de alho.
Segundo Vanessa, o pinhão é um alimento versátil, que pode ser combinado com diversos outros. “Na farofa, por exemplo, pode ocupar o lugar das castanhas ou nozes. Pode também ser inserido no risoto, e acompanhado de carré de cordeiro. Para os mais fitness, pode ser utilizado em receitas integrais.”
Segundo a Embrapa Florestas (PR), o pinhão é rico em fibras e minerais, especialmente o potássio, que ajuda a controlar a pressão arterial. Também estão presentes o ômega 6 e o ômega 9, que reduzem o colesterol. Trata-se de uma semente com bastante calorias, então, pode ser empregada no aporte calórico de trabalhadores braçais, atletas, crianças e adolescentes em fase de crescimento.
Trufa de pinhão
INGREDIENTES
Recheio
• 400g de cobertura fracionada sabor chocolate branco
• 200g de creme de leite
• 100g de pinhão cozido, descascado e amassado
Casquinha
• 400g de cobertura fracionada sabor chocolate meio amargo
• 50g de cobertura fracionada sabor chocolate branco
MODO DE PREPARO
Recheio
• Derreta a cobertura branca em banho-maria ou no micro-ondas, junte o creme de leite e mexa bem. Acrescente o pinhão amassado. Reserve.
Casquinha
• Derreta a cobertura meio amarga e a branca em banho-maria ou no micro-ondas. Coloque as duas coberturas nas forminhas, dando um efeito de marmorizado e molde conforme as instruções do fabricante. Leve para gelar até a forma ficar opaca, retire da geladeira, desenforme e recheie. Feche com a cobertura meio amarga e espere secar.