Participação social sustenta a cidadania

Editorial

Participação social sustenta a cidadania

Em um cenário de descrença com as instituições públicas, a apatia com os rumos da sociedade prejudica o convívio e fortalece as atitudes individuais, com consequente impacto sobre a coletividade. Na lógica do cada um por si, perdem-se valores. O…

Em um cenário de descrença com as instituições públicas, a apatia com os rumos da sociedade prejudica o convívio e fortalece as atitudes individuais, com consequente impacto sobre a coletividade. Na lógica do cada um por si, perdem-se valores. O respeito, a gentileza e a empatia vagam por um crescente deserto social.
O exercício da cidadania pressupõe engajamento, voluntariado e participação. A presença das pessoas no momento das decisões coletivas é fundamental para manter a coesão social. Seja na reunião da associação de bairro, no círculo de pais e mestres da escola e, por fim, na eleição dos representantes políticos.
Incentivar os fóruns sociais é exercitar a democracia. Como o país sofre com a instabilidade institucional, reforçar os processos coletivos se torna uma exigência. Pelo fato de a ideia da participação social não ser um hábito da população, são necessárias iniciativas coletivas para fortalecer esse processo.
Um exemplo é a Consulta Popular, com os projetos em elaboração nas regiões do RS. Instituído em 1998, o processo parte do princípio de ampliar a participação das pessoas na escolha das políticas públicas essenciais para determinada região. Uma tentativa de formar mais líderes locais e implantar o hábito de pensar sobre as necessidades da comunidade.
[bloco 1]
As escolhas precisam ser ouvidas, anotadas e resolvidas. A omissão do poder público interfere na relação das pessoas com a política. Desestimula e leva à contrariedade. Disso, crescem as máximas: governo nenhum presta, todos os políticos são corruptos e meu voto não faz diferença.
O distanciamento abre espaço para os oportunistas. Ainda que sejam necessárias mudanças estruturais tanto na gestão como no modelo da política, a democracia ainda é o melhor modelo. E nada é mais democrático do que abrir a possibilidade de os eleitores escolherem investimentos prioritários à região.
No entanto, é preciso evoluir. A participação social deve ultrapassar o campo básico. Não se deve votar uma indicação para comprar equipamento às polícias, ou dinheiro para melhorar o atendimento em saúde ou mesmo reformar escolas. Isso é obrigação. O necessário é construir de forma coletiva os projetos para fortalecer a economia e traçar um caminho para a sustentabilidade regional.

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