Julia Daltoé Lordes, 16, de Encantado, é uma das convocadas para a seleção de futebol sub-17. Com a equipe, conquistou o
Sul-Americano em março. Hoje atua no Internacional, em Porto Alegre.
• Como é estar na seleção brasileira?
É um sentimento muito bom, porque a gente sabe que tem muitas meninas que querem estar no nosso lugar. A gente tem que trabalhar cada dia mais forte, ainda mais depois dessa conquista do Sul-Americano que foi muito difícil. Agora vem o mundial pela frente. Então, tenho que me dedicar para garantir o meu lugar no mundial.
• Qual a sensação ao marcar o primeiro gol com a camisa verde -amarela?
Passou um filme na cabeça. Tudo o que eu passei para chegar lá. Até chorei na hora de comemorar, agradeci. Também por ter marcado meu primeiro gol.
• Qual foi o maior desafio para chegar à seleção?
Foi ficar fora de casa aos 12 anos. Isso foi o meu maior desafio, porque eu era muito nova, não era madura ainda e tive que ficar longe dos meus pais.
• Qual o aprendizado que estar na seleção trouxe para a sua vida?
O futebol é uma coisa muito linda de se ver e jogar, mas também exige muito trabalho. Tem que se trabalhar todo dia muito forte. É uma profissão que exige muito da pessoa. O futebol nos proporciona coisas boas, mas para isso a gente tem que treinar muito.
• E a continuação na seleção?
Agora tem convocações. A gente ainda não se sabe quem vai para o mundial, mas eu vou trabalhar para permanecer. Ainda quero marcar muitos gols pela seleção.
• Como é voltar para Encantado após o Sul-Americano?
É muito bom, pois é minha cidade natal. Sempre me trataram bem, mesmo quando eu não era reconhecida. As pessoas sempre me cumprimentavam na rua e agora com o título todos me elogiam. Isso é muito bom pra mim.
• Tem algum segredo para ser uma boa jogadora?
Tem que ter muito foco e largar de muitas coisas, tipo festas. Tem que ter uma vida regrada, comida saudável, todos os dias treinar. Isso faz uma atleta melhor.
• O que falta para o futebol feminino ser mais valorizado, principalmente, no nosso país?
Falta mais visibilidade, apoio por parte de patrocinadores. Isso tem no futebol masculino e falta no feminino. Tem ainda muito preconceito isso acaba de certa forma rebaixando as mulheres que jogam futebol.
Gisele Feraboli: gisele@jornalahora.inf.br