A forragem pré-secada de tífton é uma opção de volumoso para compor a dieta do gado leiteiro e se torna uma alternativa de renda para muitos produtores.
Na propriedade da família Nicolai, em Forquetinha, são produzidos em média cem fardos por mês, revestidos em plástico especial. O peso varia de 400 a 600 quilos.
O casal Ivan e Marisa mantém dez hectares de pastagem. A atividade complementa a renda oriunda da produção leiteira, cujo plantel de 20 animais é mantido em um condomínio em Arroio do Meio. É para lá que comercializam boa parte do pré-secado. Cada fardo é vendido ao preço médio de R$ 200. “O custo de produção é alto. Pois, além de exigir máquinas específicas, requer cuidados na hora de cortar, embalar e armazenar”, diz.
De acordo com Marisa, a forragem é um complemento para a dieta dos animais. “Cada vaca recebe até 3,5 quilos ao dia. Cada fardo se conserva por um ano e após aberto é preciso tratar tudo em dez dias”, ensina.
O corte deve ser feito quando as plantas atingem 30 centímetros e a uns seis centímetros do solo. Importante é observar o “ponto de equilíbrio”, entre a produção de matéria seca e a qualidade nutricional. “Para evitar o mofo, o ideal é embalar quando atingir os 40% de umidade”, ensinam.
Dependendo das condições meteorológicas e da adubação, é possível fazer até seis cortes por ano. O rendimento por hectare chega a 20 toneladas.
“Um excelente complemento”
Para o assistente técnico regional em Sistema de Produção Animal da Emater/RS-Ascar, médico-veterinário Martin Schmachtenberg, a produção de pré-secado a partir de tífton é fonte de fibra para equilibrar a dieta, principalmente de vacas leiteiras em sistema de confinamento.
Segundo ele, o produto ajuda a evitar doenças metabólicas de animais de alta produção e que necessitam de elevados volumes de concentrado para atender essas exigências. “É uma boa fonte de renda para as famílias”, atesta.
Schmachtenberg diz que o pré-secado ajuda a alimentar o gado leiteiro durante períodos de estiagem. “Podemos produzir mini-fardos de capim pré-secado. É uma forma simples e eficiente de armazenar alimento para o rebanho”, afirma.
Importante observar
Depois de cortadas, as plantas são espalhadas pelo campo quando inicia a perda de umidade. Para acelerar a taxa de desidratação, as práticas de viragem e revolvimento com ancinhos enleiradores e espalhadores após as primeiras horas de corte são fundamentais no processo de secagem.
Ajudam a reduzir a compactação e proporcionar maior circulação de ar dentro das leiras, acelerando a transferência de umidade das plantas para o ambiente.
O enfardamento começa quando a umidade da planta varia entre 40 e 50%, considerada a etapa mais sensível. “É preciso observar a umidade do ar e a incidência de radiação solar. Qualquer descuido provoca perdas”, alerta.
Importante é fazer a boa aplicação do plástico para inibir o contato com o ar promovendo a fermentação do mesmo e assim a sua conservação. “A quantidade diária depende da disponibilidade. Como é um alimento que tem um custo elevado, jamais será a base da dieta, mas sim um complemento”, finaliza.