Jamais o fim

Editorial

Jamais o fim

A prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pressiona os expoentes da operação Lava-Jato e os demais órgãos da Justiça a deliberar sobre os outros líderes políticos investigados e já denunciados em processos. A prisão de Lula aumentou o…

A prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pressiona os expoentes da operação Lava-Jato e os demais órgãos da Justiça a deliberar sobre os outros líderes políticos investigados e já denunciados em processos. A prisão de Lula aumentou o coro dos militantes do PT sobre uma suposta parcialidade da Lava-Jato, que não investigaria e puniria com mesmo ímpeto mandatários de outros partidos.
É imperioso recordar que políticos das mais variadas tendências partidárias foram parar atrás das grades nos últimos tempos, como o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ) e o deputado Paulo Maluf (PP-SP). Mas é fato que, por diferentes razões, expoentes do PSDB sob investigação têm escapado de condenações e prisões preventivas.
O caso do senador Aécio Neves é o mais escandaloso e inexplicável. Gravado a pedir R$ 2 milhões a Joesley Batista, da JBS, o mineiro contou com a ajuda de colegas no Senado para se livrar, em outubro passado, das medidas cautelares a ele impostas pelo Supremo Tribunal Federal.
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É mais do que necessária – e quase tardia – a notícia de que enfim tenha sido marcado, para o próximo dia 17, o julgamento do STF que pode tornar Aécio réu sob acusação de corrupção passiva. Geraldo Alckmin, também do PSDB, Renan Calheiros e o presidente da República, Michel Temer, (MDB) também foram citados em diversos momentos por delatores da Lava-Jato. Até aqui, estão livres, usando as artimanhas e benesses do foro privilegiado.
A prisão de uma das figuras mais emblemáticas da história recente do país pressiona o Judiciário a atuar com celeridade e rigidez em todos os processos de investigação. Encarcerar Lula foi apenas mais um capítulo da Operação Lava-Jato.
Jamais poderá significar esmorecimento ou o fim do combate à corrupção incrustada em todos os âmbitos da administração brasileira. A sociedade espera por respostas contundentes sobre todos os demais casos suspeitos que tramitam no Judiciário, indiferentemente das instâncias.

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