Oposição mira o presidente e pede troca no comando

Teutônia - CRISE POLÍTICA EM TEUTÔNIA

Oposição mira o presidente e pede troca no comando

Grampo com um dos investigados motiva pedido de quatro vereadores

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Teutônia
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Vereadores da oposição querem o afastamento do presidente do Legislativo, Juliano Körner (PSDB). O parlamentar é citado em trecho da decisão judicial que determinou as prisões preventivas dos investigados pela Operação Schmutzige Hände. O requerimento pode entrar na ordem do dia da sessão de amanhã, 12.

De acordo com o texto do despacho da juíza Patrícia Stelmar Netto, há uma suposta ramificação no parlamento da organização criminosa instaurada no Executivo. O documento expõe parte de uma conversa ao telefone grampeada entre Körner e Alexandre Peters – ex-chefe de gabinete e secretário de Saúde, preso de forma preventiva.

“Há, inclusive, suspeitas de envolvimento e parceria dos investigados com a Câmara de Vereadores de Teutônia, onde o investigado Alexandre pede, nada menos, do que R$ 750 mil ao vereador presidente da câmara de vereadores, sr. Juliano. Este fala em ‘parceria’, em apoio e acerto, e afirma ‘mesmo com Hélio na cola, eu sou forte, consigo despistar os caras, espero o mesmo dos meus amigos (…)”, consta no documento da magistrada.

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A citação motivou o pedido de afastamento, assinado pelos vereadores Aline Röhrig Kohl (PP), Delcio José Barbosa (PPS), Diego Tenn Pass (PDT) e Pedro Hartmann (MDB). A Justiça disponibilizou aos parlamentares o acesso ao áudio do telefonema na íntegra.

Denúncias referentes ao conteúdo exposto na decisão da juíza também foram registradas na Ouvidoria do Legislativo. O departamento ainda não se posicionou a respeito.

Argumentos

“Recebemos da 2ª Vara parte do processo e ficamos estarrecidos com a citação da câmara de vereadores. O requerimento foi feito para que o presidente se afaste, e iniciem o quanto antes as investigações, para que os fatos sejam apurados e esclarecidos”, afirma Aline.

Conforme Pass, o objetivo é dar credibilidade à investigação e possibilitar que a operação desempenhe os trabalhos. Na avaliação do opositor, o colega terá melhores possibilidades, afastado da função, de demonstrar que não está envolvido. “Se eu fosse presidente, tomaria a iniciativa de me afastar para comprovar a inocência ”, opina.

Segundo Barbosa, trata-se de um caso de “falta de decoro parlamentar”, ao mencionar uma “parceria” com o governo. Para ele, a conversa compromete a imagem do parlamento, que deve atuar de forma independente do Executivo. “Isso coloca a imagem do Legislativo em risco, por ele ser o presidente da câmara”, comenta.

Na tribuna

Contatado ontem pela reportagem, o presidente da câmara preferiu não se pronunciar ainda e disse que se manifestará nos próximos dias.

Durante a sessão de quinta-feira passada, Körner falou sobre a Operação Schmutzige Hände. “Como representante do povo e responsável por investigar, fiscalizar os atos do poder Executivo, não podemos ignorar tais acontecimentos. Mas também temos o dever de averiguar a realidade e os fatos. Por isso, neste momento, que a Justiça faz o seu papel, buscaremos provas e documentação para fazer valer o poder desta casa”, discursou.

Alexandre Miorim: alexandre@jornalahora.inf.br

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