Câmara repercute ataque ao Setor de Emergência

Lajeado

Câmara repercute ataque ao Setor de Emergência

Preocupação com a violência faz vereadores sugerirem reunião com o HBB

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Câmara repercute ataque ao Setor de Emergência
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Os vereadores divergem sobre o incêndio criminoso registrado nesse domingo, no Setor de Emergência do Hospital Bruno Born (HBB), ala responsável pelo atendimento de pacientes pelo SUS. Parlamentares demonstram preocupação com a recorrência de fatos violentos junto à instituição de saúde e sugerem encontro com a direção.

A primeira manifestação foi do petista Sérgio Rambo. Para ele, a atitude do homem responsável pelo incêndio – que havia levado o filho para ser atendido, mas reclamava da demora – é sinal de que “algo está errado”. “A população não está sendo atendida de acordo. Em sã consciência, ninguém cometeria aquele ato”, resume ele.

Já para o colega do PT, Sérgio Kniphoff, o incendiário “perdeu qualquer razão” ao jogar gasolina e atear fogo dentro do hospital. “Em cima tem o bloco cirúrgico. Imagina a tragédia que poderia ter causado. Não podemos admitir tanto ódio”, afirma.

Também filiado ao PT, Nilson do Arte afirma que se tratava de um “homem indo de um lado para o outro na busca por atendimento ao filho.” Ele reclama da demora em diversos outros repartimentos públicos. “Por mais que sejamos tranquilos, é uma criança no colo querendo atendimento. E por mais que eu despreze a atitude, tem muitas coisas que esperamos tanto.”

Único representante do REDE, Ildo Salvi prefere enaltecer o bom atendimento prestado pelas instituições de saúde da cidade. “No HBB, a maioria é bem atendida. Mas tem problemas. Assim como tem problemas na UPA e em alguns postos de saúde. Mas temos uma boa saúde. Ele perdeu toda a razão. E esperamos que outros não busquem na força os seus direitos.”

Mariela Portz, do PSDB, reforça a opinião de Salvi. “Não há justificativa para o ato no HBB.” Já Waldir Blau (MDB), ex-presidente do Legislativo, diz que há outros relatos de demora no atendimento do Setor de Emergência. Ele cita um caso de um paciente de Canudos do Vale que teria ficado a noite inteira aguardando a consulta.

“O HBB é credenciado ao SUS e deveria atender. São esses tipos de casos que geram esse tipo de coisa que aconteceu. Ele errou, mas toda ação gera uma reação. De graça ele não fez isso. Talvez ele temia pela vida do filho, e perdeu o controle da situação e se revoltou”,diz. “Mandam para lá e para cá. Chega uma hora que o cidadão estoura”, salienta.

“É para urgência e emergência”

Waldir Gisch, do PP, defende a limitação dos atendimentos no setor incendiado. “O HBB é para urgência e emergência. Pronto atendimento pelo SUS é na UPA, que possui duas ambulâncias para levar ao HBB, se for preciso. E essa pessoa esteve na UPA.” Sobre o incidente, ele lamenta. “Destruindo o hospital, jamais o filho poderia ser atendido. Ele prejudicou a todos.”

Por fim, o vereador Marcos Schefer (MDB) relembra que a cidade foi notícia em rede nacional. “A situação está muito feia. A saúde do nosso município foi colocada em xeque. Precisamos chamar a diretoria do HBB para dar explicações. São muitas reclamações. Se aconteceu esse fato, é porque as coisas não estão bem”, finaliza.

Vistas e aprovação

Havia dois projetos de lei em votação. O primeiro, que busca instituir o programa de Parceria Público-Privada e concessões, teve pedido de vistas por parte de Blau. Já a matéria que abre crédito especial para a Secretaria de Segurança Pública no valor de R$ 40 mil para compra de combustível para os veículos do Departamento de Trânsito foi aprovada.

Rodrigo Martini: rodrigomartini@jornalahora.inf.br

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