Ao lado do chocolate, o peixe é o alimento que não pode faltar na celebração pascal, em especial na Sexta-Feira Santa. Seja por motivação religiosa ou pela oportunidade de degustar os pescados, muitas família já têm o cardápio definido neste feriado.
Mas preparar peixes em casa nem sempre é tão atrativo quanto comer. Por ser uma carne sensível, exige cuidados tanto no tempero quanto na cocção.
Segundo a professora do curso de Gastronomia da Univates Nássara Ellwanger, no caso de filés mais finos, recomenda-se fritar. “Pode ser com pouca gordura (meia imersão), em frigideira antiaderente, azeite de oliva para cobrir apenas o fundo, ou em um nível maior de gordura (imersão).”
Ela ressalta que nos dois modos é importante proteger o filé, ou seja, empanar, usando apenas farinha de trigo ou de arroz. Nesse caso, é indicado o uso de pouco azeite, preferencialmente o de oliva. Outra opção é fazer à milanesa, usando farinha de trigo, ovo e farinha de rosca. Os mais ousados substituem a farinha de rosca por tapioca. Mas atenção: deve ser a tapioca granulada, não a goma de tapioca, alerta Nássara.
Tilápia, carpa e traíra são variedades muito comuns na região. Isso sem falar no famoso lambari. “Assim, podemos valorizar o produto e piscicultores locais”. Anjo, cação, meca, atum, salmão, robalo e congrio também são facilmente encontrados no mercado.
O lombo de atum e o lombo de meca, por exemplo, são firmes e similares na textura. Podem ser usados para moqueca, assados com crosta ou outros tipos de ensopados. Já o salmão assado combina com molho de frutas amarelas ou de maracujá, mostarda e mel, nata com coentro e mostarda em grãos.
Confira outras dicasda professora Nássara:
No mercado: Em primeiro lugar, é preciso saber a procedência. Além disso, visão, olfato e tato são importantes para avaliar a qualidade do peixe. Se tiver escamas, devem ser brilhantes e aderidas à pele. Os olhos também devem ser brilhantes e as pupilas, pretas. Um peixe fresco apresenta as guelras avermelhadas. Um peixe de qualidade satisfatória deve ser firme, a carne deve estar aderida à espinha. Quanto ao odor, não pode estar com cheiro de “ranço” e azedo.
Em casa: O melhor é comprar o pescado fresco no dia em que preparar. Mas, como isso não é tão fácil, tenha cuidado de armazená-lo em temperatura entre 0° a 5° C. Se não utilizar no mesmo dia, pode ser congelado por seis semanas.
Espinhos: Remover os espinhos é uma questão de prática – uma faca afiada, uma pinça adequada e um local apropriado garantem a ausência de espinhos. E, claro, é preciso cautela; mastigar e ter a garantia que não há espinhos antes de engolir.
Tempero: Sal, pimenta do reino moída na hora e limão são o necessário para temperar sem tirar o sabor próprio do peixe.
Combinações: Batata sempre acompanha bem pratos com peixe. Filé à milanesa com purê de batata, por exemplo, é um par com contraste de texturas. Já a combinação de peixe à dorê com batata rústica, acompanhado de rodelas de limão, tem contraste de sabores.
Sobre o queridinho da Páscoa, o bacalhau, é possível preparar de diversas formas: bacalhau à Brás, bacalhau à Gomes de Sá, bacalhau com natas, entre outras tantas, já que nossos colonizadores dizem ter uma receita com bacalhau por dia.
Bolinho de tilápia
INGREDIENTES
• 500g filé de tilápia
• 1 Ovo
• 1 colher (sopa) de farinha de trigo
• 1 colher (sopa) de farinha de rosca
• Tempero a gosto
• Azeite
• Óleo para fritar
MODO DE PREPARO
• Leve ao fogo uma frigideira antiaderente untada com azeite. Grelhe os filés de tilápia. Retire da frigideira e, com um garfo, despedace o peixe, de modo que a carne fique bem triturada. Em uma vasilha, coloque o peixe, o ovo, as farinhas e o tempero.
• Com as mãos, amasse a mistura até ficar homogênea. Faça bolinhas e frite em óleo quente, em quantidade suficiente para cobrir.
Não quer cozinhar?
Para quem mora em Lajeado ou vai passar o feriado de Sexta-Feira Santa na maior cidade do Vale, uma opção para almoçar seguindo a tradição da data é o Zanatta’s. O restaurante localizado na avenida Benjamin Constant, no centro, serve um cardápio especial. Filés de traíra e piava, camarão ao molho branco, cascudinho e moqueca capixaba são algumas das variedades.