Na semana dedicada aos portadores de síndrome de Down, famílias atendidas pela Apae separaram momentos para celebrar o amor.
Mães como Silvia, Cristina e Téia exemplificam o sentimento de ter filhos com Down. Cristina dos Santos, 31, lembra como foi a chegada do segundo filho, Vicente, 2. Quando estava com quatro meses de gestação, na avaliação médica, disseram que havia grande possibilidade de ter síndrome de Down ou outras deficiências. “De início chorei e me assustei. Depois comecei a pesquisar. Meu marido me apoiou desde o início e percebi que o preconceito estava mais em mim do que nele”, conta.
A mãe e o filho se entendem no olhar. “Hoje tenho mais paciência e do mais valor ao carinho. É uma relação de cumplicidade.” Para ela, mães que passam pela experiência que ela teve precisam perder o medo e buscar informações. “Não é um bicho de sete cabeças. São maravilhosos como todas as crianças. A diferença está em cada indivíduo, afinal, todos nós somos todos diferentes.”
A Apae de Lajeado atende, entre escola e clínica, 320 crianças, jovens e adultos com deficiência. Desses, cerca de 60 têm síndrome de Down. Na escola, os alunos são divididos por ciclos: Educação Infantil, Ensino Fundamental, Educação para Jovens e Adultos (EJA) e Grupos de Convivência, sempre respeitando a faixa etária. Após avaliação, as crianças com Down participam de todos atendimentos clínicos.
A luz do sorriso de Benjamin
Parece que ele nasceu sorrindo para o mundo. Foi no dia do parto de Benjamin que Téia Fusigner, 39, de Forquetinha, descobriu que o filho tem síndrome de Down. Na hora, o médico não levou em consideração que poderia ser a deficiência e a mãe percebeu. “Não levei nenhum susto por causa disso. Sempre tive uma ligação e atração pelas crianças com deficiência e ele é a coisa mais linda que já vi. Esse sorriso me dá ainda mais energia para tudo na vida”, diz.
Com 2 anos, Benjamin está na creche durante todo o dia e frequenta o atendimento de terapia ocupacional na Apae. Para a mãe, o pequeno é como um sonho e é a alegria de toda a família. “Não sei se fui escolhida ou o que aconteceu. É muito bom e para todos em casa ele dá muita força, além de ser muito apaixonado pelo irmão Bernardo, de 6 anos.”
Família unida
Entre os gostos preferidos de Sandro Lermen, está tocar bateria. Ele tem 43 anos e faz aulas particulares para aprender os ritmos e as levadas. Também adora dançar e cantar. Com síndrome de Down, faz parte do Grupo de Convivência desde outubro de 2017 e é muito feliz junto aos amigos.
A mãe Silvia, 83, conta que só soube da deficiência do filho quando ele nasceu. “Sempre aceitei, cuidei e fiz o melhor que pude. Amei igual aos meus outros cinco filhos ou até mais, pois acabei mimando um pouco”, diz.
Conforme a irmã Rosani, 55, Sandro foi crescendo, demorou para caminhar, mas na época não tinham muitos recursos para a deficiência. “Ele começou a falar mais tarde, tentou ir à escola, mas foi muito excluído, e não tinha a Apae, então, a mãe criou em casa junto com todos os irmãos”, diz a irmã que afirma ser preciso aceitar e criar essa criança com muito amor e carinho.