Professor na escolinha mediúnica do Centro Espírita Ramatis, de Lajeado, o economista aposentado Flávio José Schuh, 68, já frequenta casas espíritas faz trinta anos.
• Como você conheceu o espiritismo?
Quando eu tinha um pouco mais de 30 anos, era comerciante em Santa Cruz. Mesmo tendo casa e família em Lajeado, ficava lá durante a semana para tratar de negócios. Houve um dia que uma funcionária minha comentou sobre um lugar onde ia assistir palestras e aprender um pouco mais sobre a espiritualidade e me convidou para ir junto. Até aquele dia, eu nem sequer tinha ouvido a palavra espiritismo. Resolvi ir até lá e me identifiquei muito com aquilo que diziam. Parecia que tudo o que era dito eu de certa forma já sabia. O que eles falavam era muito semelhante àquilo que eu pensava e considerava uma boa forma de pensar e encarar a vida. Continuei indo até que comecei a frequentar uma casa espírita aqui de Lajeado e, em seguida, cheguei à Ramatis, que eu acompanhei desde o início.
• Você é professor na escolinha mediúnica do Ramatis. No que consiste esse estudo?
Bom, desde que o Ramatis foi fundado tivemos um dia especificamente para o estudo. A escolinha existe para que as pessoas comecem a compreender a própria espiritualidade e também que vivemos em um mundo de provações e expiações. Isso significa que nós viemos à Terra para aprender e evoluir. Muitos pensam que nesses cursinhos a gente ensina as pessoas a serem médiuns e conversar com espíritos, por exemplo. Isso é bobagem. Claro que existem pessoas que conseguem isso, mas, no geral, o essencial mesmo é aprender a vigiar a si mesmo e tornar-se uma pessoa melhor. E eu fico encantado como a procura pelo espiritismo tem aumentado. O último levantamento feito, o centro espírita recebe cerca de 5 mil pessoas por mês.
• O que é mediunidade?
Todo mundo é médium. Todos têm espíritos que encarnaram aqui para aprender, amadurecer e evoluir. A diferença é a abertura para o mundo espiritual. Enquanto uns não têm nada, seja devido à criação ou crenças pessoais, outros têm uma verdadeira antena parabólica para o ‘lado de lá’. Ambos os casos precisam de uma base de informação, que oferecemos na escolinha, para conseguir lidar com esse seu lado e viver melhor. O espiritismo tem três pilares: ciência, filosofia e religião. Aqui, através da fé raciocinada, diferente da fé cega, aprendemos que vigiar os próprios pensamentos, palavras e ações é de extrema relevância para que nos tornemos espíritos mais evoluídos e de bem.
Victória Lieberknecht: victoria@jornalahora.inf.br