Tristeza. Esse é o sentimento de muitos estrelenses ao passar em frente àquele que seria o primeiro teatro público do Vale do Taquari. A construção iniciada em 2009 ainda não foi concluída.
Problemas no projeto, infiltrações e até vandalismo estão evidentes nas paredes do prédio na rua Bruno Schwertner, em frente à Praça Henrique Roolart. São 1,8 mil metros quadrados de área construída e estacionamento.
Pelo projeto, iniciado no primeiro mandato do prefeito Celso Bröenstrup (in memoriam ), o local seria destinado para apresentações teatrais, recitais de poesia, cinema, exposições de pintura, fotografia e lançamento de obras literárias. Com uma proposta de receber grandes eventos culturais da região, passados quase nove anos do início da obra, o teatro ainda não foi aberto ao público.
Na semana passada, servidores da Secretaria de Educação voltaram ao espaço para algumas adaptações. O assoalho do segundo pavimento está deteriorado devido às infiltrações. Será feita uma nova parte do telhado para evitar a entrada de água.
O saguão de entrada está servindo como depósito de berços. Há portas danificadas pelos cupins, rachaduras, janelas trincadas e parte do auditório ainda inconcluso. “Esse é o nosso Brasil”, resume o morador de Arroio do Ouro, Erno Matte. Segundo ele, Estrela tem tradição cultural, frente à presença de diversos grupos folclóricos.
Pela resposta do município, durante o período de construção do Centro Cultural, houve diversos problemas, como falta de recursos, a dificuldade de empresas especializadas para executar o projeto cenotécnico. Isso gerou o atraso na conclusão.
Mais R$ 3 milhões
Conforme laudo do setor técnico, todo o projeto precisou ser refeito. Foi aumentada a capacidade, com previsão de melhorias na acústica e área cênica, com a incorporação de salas de apoio, camarins e área administrativa.
Essas adaptações custariam R$ 3 milhões. O município não estipula prazo para finalizar a obra. O fato se deve a uma questão jurídica que envolve os responsáveis pela construção. O governo municipal segue em tratativas com a União para conseguir verbas e investir na obra.
Biblioteca transferida
O primeiro movimento para o Centro Cultural ter alguma utilidade é a transferência da Biblioteca Pública para o local. De acordo com o secretário de Educação, Marcelo Mallmann, estão sendo realizadas algumas adaptações no local. Entre elas, adequação da rede elétrica, substituição de vidros e plano de combate a incêndios (PPCI). A expectativa, segundo ele, é que a mudança ocorra em meados de maio.
Filipe Faleiro: filipe@jornalahora.inf.br