Desde 2009, a Ratzbier – Confraria da Cerveja Lajeado, reúne os amantes da gelada preferida dos brasileiros. São cerca de 25 apreciadores da maior cidade do Vale e região ativos na entidade. O grupo está de mudança para a nova sede, no Parque Histórico, onde deve fixar a estrutura produtiva e intensificar a cultura cervejeira entre a comunidade.
Segundo o presidente da confraria, Marcelo Costi Nolibos, 52, o primeiro evento do clube em 2018 está agendado para o dia 24. A partir das 14h, o Parque Histórico sedia a integração entre cervejeiros, artesão e músicos, além de trailers de lanches.
De acordo com Nolibos, a ideia é aproximar o público geral do universo da cerveja artesanal, além de atrair pessoas ao ponto turístico. “O parque é muito legal, mas o pessoal vai uma vez e não volta.”
Por isso, não haverá cobrança de ingresso e será possível comprar a dose da bebida em copos, a preços acessíveis. O dia também marca a apresentação do novo espaço a ser ocupado pela confraria, apesar de ainda não haver previsão para a mudança definitiva, que depende de reformas estruturais.
Além disso, o grupo quer estabelecer uma cervejaria aprovada pelo Ministério da Agricultura, e isso passa por questões sanitárias que também exigem ajustes.
Fisgado pela panela
Nobilos é também um apreciador da culinária. Ainda criança, começou a observar o pai, que estava sempre no comando do fogão, especialmente em dia de festa. Adulto, se encantou com a produção de cerveja durante um evento da Ratzbier. “Vi as pessoas usando aqueles panelões e aquilo me fascinou.”
A comida também tem destaque no grupo. Mensalmente, os confrades se reúnem para provar cervejas em um contexto mais elaborado, que inclui harmonização de pratos. “Quando se fala nisso, o pessoal pensa logo no vinho. Mas a cerveja também pode ser pensada nesse sentido”.
No país tropical, o desafio é provar que a cerveja não serve apenas para matar a sede em dias de muito calor, mas também pode proporcionar uma experiência com aromas e sabores diversos. “Fazem a gente pensar que a cerveja tem que ser supergelada. Daí a tua boca, a língua, ficam amortecidas e tu nem sente o gosto.”
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Ele estima já ter participado de cerca de 50 brassagens. Ao lado de outros integrantes do clube, tem feito experimentações interessantes. Uma delas foi a produção de uma saison de frutas vermelhas, feita com morango, mirtilo, amora e framboesa. “Ficou fantástica.”
Para Nolibos, apesar de a técnica já ser bastante difundida, o Brasil ainda está formando sua identidade cervejeira. E as frutas, acredita, têm potencial para fazer parte das receitas verde-amarelas. “Talvez, alguém possa dizer que é semelhante ao espumante, porque o mundo dos fermentados se cruza.”