Mentiras e a feira de intimidades alheias

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor de Mercado e Estratégia do Grupo A Hora

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

Mentiras e a feira de intimidades alheias

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Mantenho conta no Facebook porque insistem, volta e meia, que diretor de Conteúdo de um jornal diário não pode estar fora de um canal de comunicação com tamanha magnitude. Estou resistindo. Compartilho o conteúdo da página do A Hora – não sei até quando estará por lá –, passo o olho nas postagens mais recentes e caio fora. Mais do que isso, uma ou duas vezes por dia, já é overdose.
Além da feira de intimidades alheias, a rede social está eivada de fake news que alimentam debates ocos, denuncismos inócuos ou oportunismo criminoso. Virou, de vez, um ambiente de ciberfutrica primário, pulsional, adolescente e antidemocrático.

Vítima. Na semana passada, o Hora foi vítima de fake news. De forma criminosa, foi usado o nome da instituição jornalística, dando- lhe a autoria de notícia veiculada nas redes sociais sobre furto e paradeiro de armamento pertencente à Polícia Rodoviária Federal.

Vítima. Na semana passada, o Hora foi vítima de fake news. De forma criminosa, foi usado o nome da instituição jornalística, dando- lhe a autoria de notícia veiculada nas redes sociais sobre furto e paradeiro de armamento pertencente à Polícia Rodoviária Federal.


A propagação de notícias falsas virou uma pandemia. Até o papa Francisco entrou na luta contra as fake news. Aqui no Brasil, o ministro Luiz Fux, preocupado com o processo eleitoral, ouvirá especialistas americanos e também russos (o país de Putin é tido com a Meca de uso de notícias falsas em eleições). Uma missão do FBI vem ao Brasil em março e, logo em seguida, agentes da Polícia Federal vão aos Estados Unidos para estudar o tema.
Carnificina. Foi assim que jornalistas e especialistas da comunicação definiram o impacto das fake news sobre as eleições de outubro. O tema esteve entre os mais debatidos no 2º Encontro Folha de Jornalismo, promovido esta semana pela Folha de São Paulo.
Não é por menos. O consumo e a proliferação de mentiras tomam proporções preocupantes. Usuários curtem, compartilham e comentam falsidades como se verdade fossem. Quem lida com o jornalismo profissional, como é o caso deste A Hora, percebe ainda mais os danos e o desserviço que o Facebook leva à sociedade.
Em janeiro, Mark Suckerberg anunciou medida que vai banir o conteúdo divulgado por veículos de jornalismo tradicional e, ainda que indiretamente, facilitar a propagação das fake news, em geral de muito mais apelo e vibração que as notícias factuais.
Jornalismo como antídoto. Diante dos avanços das fake news, nada melhor do que as ferramentas do jornalismo profissional. A relevância da apuração, o critério de noticiabilidade e a credibilidade dos veículos de comunicação tradicionais ganham em escala e importância. Em meio a essa onda de inverdades espalhadas pela rede virtual, recai sobre eles o desafio e a oportunidade de dar curadoria aos fatos e levar à sociedade informações verdadeiras e confiáveis.


Tempestade em copo d’água

Esta polêmica sobre mudar a lei e liberar – para quem quer – a abertura do comércio varejista aos domingos e feriados continua dando o que falar. Me parece uma tempestade em copo d’água. O comunicado emitido pelo Fórum das Entidades Empresariais e Sociais de Lajeado ontem, nos jornais da cidade, não pode ser mais claro e esclarecedor.
Uma interpretação voluntariamente equivocada leva à conclusão de que, a partir da votação do projeto no Legislativo, todo comércio de Lajeado abrirá e todos os trabalhadores do setor serão obrigados a atender nos domingos e feriados. Errado. A única coisa que o projeto estabelece é que os donos de comércios passam a ter liberdade para, dentro da lei trabalhista vigente, abrir seu estabelecimento em domingo e feriado, sem que haja punição ou multa. Simples assim.
O resto que está em discussão me parece muito mais um oportunismo político e uma distorção maldosa dos fatos para jogar a opinião pública contra a medida.
A audiência pública proposta pela câmara de vereadores – ainda que seja um importante mecanismo democrático – será um franco tiroteio entre quem defende e quem contraria a medida.


Cadê os 7 centímetros?

coluna fernando benjamim

Em julho do ano passado, trouxemos neste espaço a informação de que o governo de Lajeado faria nos dias seguintes recapeamento completo da avenida Benjamim Constant e da rua João Abott. Passados seis meses e pouco, nada além do que um paliativo tapa-buraco tem sido feito nos dois trechos. Os sete centímetros de asfalto novo, prometidos na época, ainda não vieram.


Santa Clara tem Valor

Projeto que estimula o empreendedorismo e a inovação da iniciativa pública e privada de Santa Clara do Sul está entre entre os selecionados do Prêmio Municiência, da Confederação Nacional de Municípios (CNM). Apenas outras duas cidades gaúchas estão na lista. O Municiência é uma ação destinada a gestores municipais, com objetivo de enaltecer experiências inovadoras implementadas por prefeitos das cinco regiões do país.


coluna fernando certel

(SEM LEGENDA)

A lição que fica

A chapa encabeçada por Erineo Hennemann e Lauro Baum venceu com larga vantagem a eleição à presidência da Certel. A diferença para a chapa de oposição, liderada por Alexandre Schneider, foi de 1.320 votos. Ainda que a vitória tranquila seja um claro sinal de aprovação ao modelo de gestão e de recuperação implantado na cooperativa, os temas e assuntos levantados pela oposição podem e devem servir de estímulo para o presidente reeleito promover as transformações necessárias e as mudanças saudáveis para devolver à Certel todo respeito e credibilidade que a conduziram aos 62 anos como um dos orgulhos do Vale do Taquari.

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