Nós pra cá e eles pra lá

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor de Mercado e Estratégia do Grupo A Hora

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

Nós pra cá e eles pra lá

Por

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A sequência de reportagens veiculadas no A Hora, desde o dia 20, sobre o condomínio popular Novo Tempo I, dimensiona o tamanho do problema construído – na essência da palavra – em Lajeado. O que era para ser um projeto de inclusão social é adubo que alimenta a desigualdade.
Menos de um ano depois, o céu vira o inferno para dezenas de moradores. Fascinados pela realização do sonho de ter a casa própria, foram desavisados e iludidos por gestores públicos ávidos por votos e descompromissados com a segregação.
Tráfico de drogas, cobranças abusivas de condomínio (incríveis R$ 800), descontrole. É apenas o início de uma triste, porém, prenunciada história. Em 2016, artigos de opinião e reportagens deste A Hora alertavam sobre os erros de concepção do Novo Tempo e os riscos de transformá-lo num gueto.
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O colega Adair Weiss escreveu oportunamente em 4 de junho daquele ano: […]Quando uma cidade concentra um grande número de famílias carentes em um bairro também carente, ela amplia a desigualdade social. É exatamente o que reforça o projeto Novo Tempo. A falta de visão do governo municipal de Lajeado ainda não é perceptível aos olhos da maioria, nem mesmo dos futuros moradores. Entretanto, quando os conflitos eclodirão, a comunidade beneficiada e também a população em geral se darão conta de que faltou pensar melhor. Infelizmente, será tarde e os reflexos da diminuição de ganho em qualidade de vida afetarão famílias humildes que ora comemoram a conquista[…]
Bingo. A realidade, cinco meses após a habitação dos mais de 400 apartamentos, é exatamente essa. Famílias arrependidas e revoltadas, poder público ausente e governos paralelos se fortalecendo e ditando as regras de convivência.
Ministério Público e Executivo de Lajeado precisam intervir logo. Restabelecer – ou ao menos tentar – a ordem e a convivência mínima é tarefa inadiável. Culpar o governo passado pela insanidade de assentar a pobreza num mesmo espaço já não resolve nada. É preciso agir em favor das famílias de bem – absoluta maioria – que veem frustrados projetos de vida apostados no Novo Tempo.
Para o governo de Lajeado e todos os outros municípios da volta, fica a lição. Construir projetos habitacionais nesse modelo só favorece a desigualdade e limita o desenvolvimento de quem, por uma questão de hábitat, já tem menos chances de prosperar.
Não fosse a imprensa trazer o problema à tona, dificilmente a sociedade lajeadense tomaria ciência do tamanho do imbróglio que se transformou o Novo Tempo. Afinal e, historicamente, é nós pra cá e eles pra lá.

A propósito

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A vila dos papeleiros que se ergue à beira da ERS-130, entre a BRF e a Estação Rodoviária de Lajeado, requer atenção especial. O espaço ocupado e a população do local se multiplicam. Se agir logo, uma grande dor de cabeça poderá ser evitada ali adiante. EGR, governo de Lajeado e Ministério Público deveriam unir forças para impedir o avanço degradante.


Cristiane Brasil é deputada federal e foi nomeada para assumir o Ministério do Tabalho

Cristiane Brasil é deputada federal e foi
nomeada para assumir o Ministério do Tabalho

A suruba continua

Romero Jucá tem razão: suruba é suruba, mas você não foi convidado. O vídeo gravado pela deputada federal, Cristiane Brasil, rodeada por quatro marmanjos sem camisa em um barco, é a prova disso.

Nomeada ministra do Trabalho pelo presidente Michel Temer – mas impedida pelo Judiciário de assumir – a filha do líder do mensalão, Roberto Jeferson, usa as redes sociais para se defender de processos trabalhistas nos quais foi condenada.

Resta saber o que é mais patético: a nomeação de Cristiane para o ministério ou a gravação do vídeo em que solta o verbo contra os trabalhadores que a processaram.


Por falar em suruba

A música Só Surubinha de Leve, de MC Diguinho, acusada de fazer apologia ao estupro por causa do verso “Taca bebida/Depois taca a pica/E abandona na rua”, foi refeita pelo autor, que lançou novo clipe do funk na semana passada.

O trecho polêmico passou a ser: “Taca bebida/depois taca e fica/e não abandona na rua”. Em dois dias, teve 1,6 milhão de visualizações.

Enquanto isso, a pedido da Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres da Presidência da República, o MP do Rio de Janeiro reúne denúncias contra a música.


Pense na Amvat

Prefeitos da Amvat se reúnem pela primeira vez sob o comando do prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo, no próximo dia 8. Será na quinta-feira da próxima semana. Entre os assuntos da reunião, apresentação do Programa de Ensino e Educação (Pense). Voltado para professores e escolas, o projeto é do jornal A Hora em conjunto com a Univates e a 3ª Coordenadoria Regional de Educação.


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Chaves e Chapolim

As séries mexicanas estreladas por Roberto Bolaños (1929-2014) passam a ser exibidas também em outro canal de televisão. Historicamente vistos no SBT, Chaves e Chapolin poderão ser assistidos no Multishow, canal pago da Globosat. A empresa que pertence à Rede Globo anunciou ontem a compra dos direitos dos seriados que faz 33 anos são exibidos na TV aberta.

A notícia foi uma das mais comentadas e compartilhadas nas redes sociais ontem à tarde, após o anúncio da Globo. Chaves e Chapolin foram e continuam sendo fenômenos.

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