Quem virá para as festas?

Opinião

Raquel Winter

Raquel Winter

Professora e consultora executiva

Quem virá para as festas?

Por

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Quando chega o mês de dezembro, podemos dizer que a população divide-se entre aqueles que amam e outros que não gostam dessa atmosfera que nos sugere festas de confraternização, troca de presentes, envio e recebimento de mensagens, almoços e jantares em família.
Até o dia 24, o comércio é frenético. Parece mesmo que o mundo acabará. O mundo eu não sei, mas as espumantes, as uvas-passas, as castanhas e aqueles enormes presuntos, lombos e chesters talvez acabem mesmo.
Até a véspera do Natal, temos que organizar nossas agendas para dar conta de ir em todas as apresentações em que nossos filhos, sobrinhos e afilhados fazem parte do espetáculo. Tem apresentação da escola, da patinação, da aula de canto, de piano, de violão, de inglês, culinária e tudo o mais que existir.
Como sabemos, estamos mais sensíveis, cansados e, logo, a chance de chorarmos em cada uma dessas apresentações é enorme, mesmo se o calor estiver dominando nossos corpos, que estão espremidinhos lado a lado em arquibancadas abarrotadas de pais, avós e outros familiares que estão de prontidão para aplaudir seus queridos.
É…mas nem sempre estamos próximos de quem queremos e em geral esse é o maior motivo que traz tristeza, nostalgia ou saudade para os corações. Eu entendo. Não é fácil, pois essa atmosfera toda de que falamos passa o tempo todo nos provocando reflexões que incluem relacionamentos, família, amizade, amor ao próximo, fé, valores. Mexe com o nosso interior, nos confronta, nos empurra para os tais balanços de vida ou para retrospectivas que nos levam para o passado de onde, em alguns casos, não queríamos sair.
Mas penso que talvez seja em rituais como esses que vivenciamos nas festas de fim de ano que verdadeiramente reencontramos todos que desejamos. É nessas datas que as pessoas, não importando o quão distante estejam ou há quanto tempo já partiram, voltam inteiras em nossas memórias, com seus sorrisos, trejeitos e cheiros. Ficam tão vivas e tão próximas que nos parece impossível não mencioná-las ou deixar de recordar o que vivemos com elas.
Por fim, acredito que essas sensações e esses sentimentos podem ser bons, merecendo nossa atenção e contemplação. Sinto com todo o meu coração que vale acreditarmos que sempre teremos em nossas comemorações mais pessoas presentes do que lugares à mesa.

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