Taquariense assume presidência nacional do Psol

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Taquariense assume presidência nacional do Psol

Juliano Medeiros iniciou militância política no fim dos anos 1990, no Grêmio Estudantil da escola Pereira Coruja

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Taquariense assume presidência nacional do Psol
Vale do Taquari

Partido conhecido pela atuação junto aos movimentos sociais do campo da esquerda, o Psol será comandadonos próximos dois anos pelo historiador Juliano Medeiros, 34. Nascido em Taquari, Medeiros foi eleito com a proposta de reposicionar a esquerda nacional a partir de uma avaliação crítica sobre os erros e acertos cometidos nos últimos anos.

Araújo começou a militância política no movimento estudantil no fim dos anos 1990. Foi presidente do grêmio da escola Pereira Coruja, em Taquari, e filiado ao PT. Trabalhou no gabinete de relações comunitária do governo Olívio Dutra, em Lajeado, onde também ajudou a refundar a União dos Estudantes Lajeadenses (Ules).

Em 2002, Medeiros se mudou para Porto Alegre onde se formou em História pela Ufrgs e integrou o DCE. Em 2005, já no Psol, foi para São Paulo onde exerceu função como dirigente da União Nacional dos Estudantes (UNE) por duas gestões.

Medeiros mora em Brasília desde 2009, quando foi convidado para ser chefe de gabinete do senador José Neri, do Pará. “Fui o chefe de gabinete mais jovem que o Psol já teve”, ressalta. No partido, exerceu as funções de secretario de comunicação, presidente da fundação de estudos e pesquisas do Psol, cargo que exerce até hoje.

Entrevista

“A polarização política está marcará as eleições de 2018”

A Hora – O que significa para você assumir a presidência do Psol em um momento delicado para os partidos cujo campo político é fundamentado no socialismo?

Juliano Medeiros – É uma grande responsabilidade. O Psol ocupa um lugar muito singular na política brasileira. Apesar de ser do campo da esquerda, nunca compomos com o PT em nível nacional, não fizemos parte dos governos Lula e Dilma. Porém, quando a democracia foi ameaçada por um processo de impeachment ilegítimo, sem fundamentos jurídicos, não deixamos de tomar as ruas, apesar das nossas diferenças com o PT. Essa posição singular é um patrimônio para nós. Estamos entre os principais partidos não envolvidos na Lava-Jato então somos reconhecidamente éticos. Tudo isso nos credencia a cumprir um papel para a reorganização da esquerda. Não significa que teremos uma unidade eleitoral para 2018, mas sim que podemos representar uma alternativa de esquerda independente e ética, capaz de se tornar uma alternativa política para o Brasil.

Boa parte da opinião pública credita a crise ao campo político de esquerda como um todo. Como essa situação atinge o Psol?

Medeiros – Impera na política brasileira uma grande confusão, que também é responsabilidade dos partidos do campo popular que optaram por entrar no jogo da velha política, de compor alianças inadequadas para quem quer fazer transformações estruturais no Brasil. Ninguém faz mudanças com o PMDB no governo. Essa confusão foi produzida por múltiplos atores. A direita e a esquerda ainda existem, e quem diz que não, normalmente defende posições da direita.

Na sua opinião, essa polarização será a marca das próximas eleições?

Medeiros – A polarização política marcará as eleições de 2018, vide o desespero das forças de direita em construir uma candidatura que eles chamam de centro. Isso é uma bobagem pois todos os nomes apontados, como Rodrigo Maia e Luciano Hulk, defendem o programa da direita. A polarização está posta pela presença do Bolsonaro, a possível presença do Lula, mas também de outras candidaturas, como o Ciro Gomes, a Manuela D’ávila e algum nome do Psol. Nesse sentido, ganharão relevo novamente as definições de esquerda e direita, assim como ocorreu na Europa pós-crise de 2008. O contexto brasileiro caminha nesse sentido.

Preocupa a ascensão de políticos que defendem a criminalização dos partidos comunistas e socialistas?

Medeiros – Isso faz parte do jogo. Não esperamos dos adversários da democracia, nada que não seja posições antidemocráticas. Não é de se admirar que quem defende a ditadura militar, a supressão das liberdades individuais e a tortura também defenda o fechamento de partidos políticos. É uma posição avessa à democracia.

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