Deputados favoráveis à Temer fizeram 40,8 mil votos no Vale

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Deputados favoráveis à Temer fizeram 40,8 mil votos no Vale

Bancada gaúcha se dividiu em votação que barrou investigações contra o presidente

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Deputados favoráveis à Temer fizeram 40,8 mil votos no Vale
Brasil
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A política nacional viveu mais um capítulo conturbado nessa semana. No plenário da Câmara, deputados impediram a abertura de investigação no STF contra o presidente Michel Temer, acusado de corrupção.

Dos parlamentares da bancada gaúcha, 12 foram favoráveis ao relatório que pedia o arquivamento da investigação. Juntos, eles alcançaram 35.906 votos nos municípios do Vale do Taquari. Outros 18 deputados do RS foram contrários ao parecer e votaram pela abertura das investigações. Somados, eles alcançaram 59,5 mil votos na região.

As justificativas dos parlamentares que optaram pelo arquivamento das investigações são variadas. Deputado mais votado no Vale, com 10,8 mil votos, Alceu Moreira (PMDB) está entre os principais defensores do presidente no Congresso.

Durante o pronunciamento no plenário, moreira alegou absoluta falta de provas para justificar seu voto. Segundo ele, a acusação contra o presidente é inepta e irresponsável. “Voto a favor de quem trabalha, luta e produz neste País.”

Deputado escolhido por 6,8 mil eleitores do Vale, Sérgio Moraes (PTB) defendeu a permanência de Temer para evitar um novo período de instabilidade. Conforme Moraes, o país não deve ter três presidentes durante o período de um único mandato. Segundo ele, Temer vai continuar sendo investigado depois do mandato.

Base dividida

O resultado da votação explicitou diferenças dentro dos partidos que compõem a base do governo. No caso do PP gaúcho, os deputados Renato Molling, José Otávio Germano e Covatti Filho votaram pelo arquivamento do processo, enquanto Jerônimo Goergen, Afonso Hamm e Luis Carlos Henize optaram por dar continuidade às investigações.

Mesmo no PMDB, partido de Michel Temer, a votação trouxe visões divergentes. Enquanto Osmar Terra, José Fogaça, Darcísio Perondi, Mauro Pereira e Alceu Moreira defenderam o presidente e votaram pelo arquivamento, João Derly votou pela abertura da investigação.

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Em seu discurso, Derly ressaltou a gravidade dos fatos apontados pela Procuradoria Geral da República e a contundência das provas aprestadas. “Temos malas com dinheiro e áudios que comprovam a denúncia.”

No PR, o deputado Cajar Nardes defendeu o arquivamento da denúncia. Segundo ele, trocar de Governo agora quebraria milhares de micro e pequenas empresas, aumentando o desemprego. “O cidadão Michel Temer responderá pelos seus atos no dia 1º de fevereiro de 2019”.

Já Giovani Cherini, um dos deputados mais votados no Vale do Taquari, com 7,1 mil votos, se ausentou da sessão. Mesmo fazendo parte da base de apoio ao governo, Onyx Lorenzoni (DEM), e Danrlei de Deus (PSD) e Carlos Gomes (PRB) votaram pela abertura do processo.

Unanimidade na oposição

Os parlamentares dos partidos de oposição, PT, PSB e PDT, foram unânimes na votação pela abertura das investigações. Mais votado no Vale entre os opositores do governo Temer, com 9,1 mil votos, Heitor Schuch (PSB) acredita que não existe motivo para barrar o processo.

“A transparência é o princípio básico da democracia. Se perdemos esse princípio, viramos uma ditadura”, aponta. Para Schuch, todos os cidadãos são iguais perante a Lei, e não investigar Temer, ou deixar a investigação para o fim do mandato, é “tapar o sol com a peneira.”

Conforme o parlamentar, caso o presidente não tivesse nada a temer, o STF iria absolve-lo. “Investigar não é condenar ou julgar”, reforça. Ao todo, 237 deputados federais votaram pela abertura do processo, enquanto 263 decidiram pelo arquivamento.

Thiago Maurique: thiagomaurique@jornalahora.inf.br

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