Gestação saudável

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A ginecologista Ana Paula Motta ensina as futuras mães como ter uma gravidez tranquila

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Vale do Taquari
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A maternidade é um sonho para muitas mulheres. Ter um filho – dois, três, e por aí vai – é algo por vezes planejado desde a adolescência. Mas no momento em que a gestação chega, de fato, as dúvidas se multiplicam na cabeça de pais e mães, e a ansiedade toma conta. A ginecologista Ana Paula Motta dá algumas dicas para garantir uma gravidez tranquila e saudável.

Período pré-concepcional

Segundo a médica, os cuidados devem iniciar antes mesmo do período de gestação, quando apenas se pensa na possibilidade de ter um bebê. O primeiro passo é fazer uma revisão ginecológica. Depois, realizar exames complementares para identificar possível anemia, patologias relacionadas à tireoide, infecções, toxoplasmose e Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs).

Para quem tem hipertensão, diabetes, asma, doenças reumáticas ou depressão, a avaliação deve ser ainda mais rigorosa, tendo em vista que essas patologias já representam um risco à saúde, que pode ser ampliado na gravidez.

Manter uma rotina de exercícios físicos e de alimentação saudável também é essencial na preparação. Ana Paula ainda indica a reposição de ácido fólico, a fim de prevenir anencefalia e defeitos de fechamento de tubo neural no bebê.

A gestação

Após o diagnóstico, o indicado é iniciar o quanto antes o pré-natal. “O pré-natal é um modo de estar atento para diagnosticar o quanto antes eventuais intercorrências”, aponta. Durante a gestação, ainda é preciso manter a atividade física e alimentação saudável. Maus hábitos podem causar complicações durante a gravidez, como diabetes e pressão alta.

“Esta cultura de que se precisa comer por dois está errada. Se estão acima do peso, sempre digo que mantendo, e até emagrecendo um pouco, não faz mal.” Se não há restrição clínica para repouso, a grávida pode fazer qualquer atividade, desde que se sinta bem.

A ingestão de álcool, cafeína e adoçantes não é permitida. Alimentos com flavonoides não devem ser ingeridos após a 28ª semana de gestação – pesquisas apontam que o nutriente pode causar problemas cardíacos no bebê. Também deve ser redobrada a atenção com a higiene dos alimentos, para prevenir a toxoplasmose.

Hora do parto

“Vamos fazer o que for melhor para ti, e para o bebê”, essa é a opinião da ginecologista em relação à escolha por parto ou cirurgia. Normalmente, a decisão final fica para o momento em que o bebê está pronto para nascer. Antes, não há como estabelecer algo. “Acho que sempre devemos respeitar a vontade da paciente. Se ela quer tentar, normal ou cesárea, vamos adiante.”

Alguns problemas podem impedir que a mãe tenha esta opção de escolha. Entre eles, quando o bebê está sentado; quando a mãe já fez duas cesáreas ou a placenta está baixa. “São indicações absolutas de que não há possibilidade de parto normal.”

Após o nascimento

Quando o bebê nasce, a mãe ainda precisa de atenção. Na cesárea, há necessidade de cuidados pós-operatórios, principalmente com a cicatrização, pois há chance de infecção e dor. Nos primeiros dias, também há risco de hemorragia, inclusive para quem teve parto normal.

O acompanhamento profissional é essencial neste momento. Assim como a ajuda da família. Os parentes serão os responsáveis por fiscalizar o estado emocional da mãe. Uma leve tristeza é normal, aponta a ginecologista.

Porém, quando ela deixa de cuidar do bebê, há probabilidade de depressão pós-parto. O que deve ser tratado com urgência.

Esperando o grande dia

Tais Daniela Schmidt, 29, está chegando ao oitavo mês de uma gestação, em partes, planejada. A ideia era ter um filho somente no próximo ano. Por isso, ela realizou uma bateria de exames para conferir se estava tudo certo. Três meses depois de abolir os métodos contraceptivos, engravidou.

No geral, Tais teve uma gestação tranquila. Apenas no terceiro mês sofreu com enjoos, vômitos e perda de apetite.Na última ecografia, Lara já estava com 1,9 quilo, causando um peso extra à mãe, que na semana passada precisou deixar alguns compromissos para dar mais atenção à gravidez.

Mãe pela primeira vez, Tais continua trabalhando pela manhã e aos fins de semana em dois negócios da família: uma loja de roupas e uma pizzaria. “Até o mês passado estava tudo normal, mas comecei a ficar cansada, com dores, então, decidi me dar uma folga.”

Agora, ela só aguarda o nascimento, para completar nove meses de tranquilidade em relação a ela e ao bebê.

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