Lajeado faz 126 anos e precisa de um plano

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Lajeado faz 126 anos e precisa de um plano

A cidade mais populosa do Vale do Taquari cresce ano a ano. Referência na indústria, comércio e serviços, Lajeado recebe, em média, mil novos imigrantes por ano. Espremida em seus 90 quilômetros quadrados, mantém um PIB per capita de R$…

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Lajeado faz 126 anos e precisa de um plano
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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

A cidade mais populosa do Vale do Taquari cresce ano a ano. Referência na indústria, comércio e serviços, Lajeado recebe, em média, mil novos imigrantes por ano. Espremida em seus 90 quilômetros quadrados, mantém um PIB per capita de R$ 36 mil e vê o orçamento municipal aumentar sistematicamente. A qualidade de vida é destaque em pesquisas de variados institutos.

Confira o caderno na íntegra aqui.

O crescimento populacional e a rápida urbanização evocam problemas e desafios inerentes à maioria dos centros urbanos.

Impasses surgem em todas as áreas. Na saúde, educação, segurança pública e nos investimentos. Também na geração de emprego e renda, na mobilidade urbana, na preservação do ambiente e no saneamento básico. Esse, aliás, está distante da pauta dos últimos gestores municipais. Em 2014, pouco menos de 0,15% do orçamento municipal foi direcionado à área.

Fica tudo com a Corsan. A estatal pouco faz. Nos últimos sete anos, por exemplo, desde o término da primeira Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), no bairro Moinhos, a média de economias interligadas com a estrutura não chega a 400. O número pífio mantém índices alarmantes. Menos de 1% das mais de 55 mil economias lajeadenses descartam os efluentes de forma correta.

Nas décadas de 40 e 50, a cidade era povoada por menos de 40 mil pessoas em um território com mais de 1,1 mil quilômetros quadrados. Passados mais de 60 anos, a população quase duplicou, enquanto a área geográfica, após a emancipação de sete municípios – Boqueirão do Leão, Progresso, Santa Clara do Sul, Sério, Marques de Souza, Forquetinha e Canudos do Vale –, baixou 92%.

parque engenho antigaA área rural, antes predominante, hoje representa pouco ou quase nada diante dos ambientes urbanos. De acordo com índices do Valor Adicionado Fiscal (VAF) por setor, a agricultura alcançava 1% dos R$ 799 milhões registrados em 2003, contra 36% da indústria e outros 63% do comércio. Em 2013, a representatividade rural foi de 0,4% diante dos R$ 2,4 milhões do VAF, gerando pouco mais de R$ 10,2 mil.

A cidade está voltada para o comércio, a indústria e o serviço. O primeiro vem crescendo mais. Desses R$ 2,4 milhões de VAF, o setor foi responsável por 73% do total. Um aumento de 10% em relação aos índices de 2003. No mesmo período analisado, o ramo industrial baixou de 36% para 26%. Ainda se mantém forte, mas carente de melhores espaços para atrair novos empreendimentos.

A lista de demandas a ser enfrentadas pelo poder público é grande: desemprego, aumento da frota de veículos sem sintonia com a cidade – eram 32,9 mil em 2005 e em 2015 passaram para 62,3 mil –, poluição, insegurança e pobreza em bairros mais distantes, crescimento desordenado e, especialmente, ausência de um Plano Diretor eficaz.

Ao lado de uma extensa lista de desafios, existem motivos para comemoração e orgulho.

Criado pelo Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) para acompanhar o desenvolvimento socioeconômico do país, o IFDM avalia as condições de educação, saúde, emprego e renda de todos os municípios brasileiros. Na edição de 2015, a última lançada, Lajeado ocupa a primeira posição no ranking estadual, com 0,8813 pontos. A cidade repetiu o resultado de 2012, principalmente por conta do avanço no IFDM Educação (0,8882).

Da mesma forma, foi destaque nacional em uma pesquisa da Urban Systems – e divulgada pela Revista Exame – que mostra as cidades brasileiras com menos de cem mil habitantes como modelos de desenvolvimento. Ficou na 30ª posição entre 348 avaliadas.

Outra amostra, do Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (Idese), coloca Lajeado na 26ª posição no RS, com um nível considerado “alto”. São números e índices positivos. Mesmo assim, nos últimos anos, a recorrência de saldos negativos nos cálculos de admissões e demissões de trabalhadores – em 2015, de janeiro a novembro, foram admitidos 13.202 e demitidos 13.691 – acende o alerta.

parque engenho novaPensar Lajeado

Para marcar o 126º aniversário de Lajeado, o jornal A Hora elenca 15 temas que impactam na vida dos lajeadenses.

Prefeito desde o dia 1º, Marcelo Caumo discorre uma análise sobre cada um deles, arisca promessas, mas mantém cautela sobre os temas mais complexos. Há menos de um mês no governo, ainda falta uma leitura macro sobre a cidade e também sobre o que será feito.

Com o caderno Pensar Lajeado, A Hora mantém o olhar vigilante sobre o desenvolvimento da cidade, e leva aos leitores as propostas e respostas do novo governo sobre 15 assuntos que dizem respeito aos quase 80 mil lajeadenses.

Boa leitura!

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