Dos esforços de um grupo de suinocultores e técnicos ligados ao setor foi fundada, no dia 25 de novembro de 1972, em Estrela, a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs).
Presidida desde 2005 pelo agropecuarista Valdecir Luis Folador, é a voz do produtor. “Nossa meta é manter o suinocultor próximo da associação, criar políticas de incentivo e estimular o consumo, desmistificando mitos e preconceitos quanto à carne e seus derivados”, afirma Folador.
Apesar de 90% da produção no estado ser integrada, para Folador a associação é reconhecida como legítima representante da categoria. “Nos reinventamos constantemente para cumprir nossa missão de lutar pelos interesses dos suinocultores gaúchos.” Entre as maiores conquistas, cita a Lei da Integração, que teve participação direta da entidade e foi sancionada neste ano.
Conforme o presidente, o maior desafio era tornar a Acsurs conhecida pelo produtor. Outra prioridade é garantir o abastecimento de matéria-prima como milho e soja, principais ingredientes para fabricar a ração. Com a escassez verificada pela quebra de safra e aumento das exportações no último ciclo, o custo disparou e reduziu a lucratividade. “Uma das saídas é elevar a oferta pela Conab.”
Devido à instabilidade no retorno econômico, o suinocultor não consegue modernizar as estruturas e ampliar a produção, aponta. Ao falar do produtor independente, garante existir mercado e demanda para impedir a falência. “Quem não está no sistema integrado, tem clientes fixos para entregar a produção em frigoríficos e agroindústrias. Ainda tem a vantagem de negociar preço.”
Bem-estar animal
Ambiente climatizado, alimentação controlada, criação sem gaiolas e com espaço livre para circular. Essas técnicas priorizam o bem-estar, reduzem o sofrimento durante o trato, transporte e abate, resultam em melhor qualidade dos alimentos produzidos e atendem uma exigência mundial dos consumidores.
De acordo com Folador, a criação de suínos está em constante adaptação. Os animais estão alojados em espaços confortáveis, recebem ração e água de qualidade e as técnicas implantadas hoje garantem maior conforto e sanidade, assegura.
Reforça a necessidade de adequar o alojamento de matrizes, trocando a criação em gaiolas por baias coletivas. No entanto, cobra a divisão dos custos em remodelar as estruturas entre o produtor e a indústria. “Não somos contra e temos certeza de que as mudanças são necessárias, mas precisam ser planejadas, ter viabilidade econômica e com embasamento científico.”