Domingo com Arte estreia atrações

Arroio do Meio

Domingo com Arte estreia atrações

Rua de Eventos sedia show de bateria, oficina de grafite e exposição a partir das 15h

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A Praça Flores da Cunha e a Rua de Eventos serão ocupadas neste domingo, a partir das 15h. A exposição “Flores no Concreto”, do artista arroio-meense Diego Schmitz, da Casa do Museu, é uma das atrações.

O Festival dos Bateristas reúne os alunos do professor Joner Westenhofen. O evento anual possibilita ao aprendiz mostrar sua performance na bateria e vivenciar o palco e o público. A programação apresenta também Feira de Artesanato e exposição de artistas locais.

Em caso de tempo bom, haverá uma intervenção em grafite, coordenada pelo professor e grafiteiro Samuel Hergessel, com a participação de alunos e voluntários. Ocorre ainda a 6ª Feira de Troca de Livros, organizada pela Biblioteca Pública Municipal. A atividade oportuniza a troca de livros, CDs, DVDs e gibis em bom estado de conservação.

A vida como inspiração

Formado em Artes Visuais pela Ufpel, Diego Schmitz reúne trabalhos expressivos em linguagens absorvidas durante a formação acadêmica. Ele utiliza materiais descartáveis, o que amplia ainda mais as mensagens passadas acerca da sociedade atual. “O que me inspira é a vida, assim, tento dizer dela, denunciar aquilo que lhe causa chagas, às vezes de modo sutil, outras de forma mais agressiva direta ou ironicamente.”

Para Schmitz, levar material reciclado é o que o assemelha a Marcel Duchamp, que revolucionou ao mostrar que muita coisa pode ser feita com objetos ainda não percebidos como suprimento artístico. “Materiais caros não são o caminho ou a único forma de expressão.”

Entre algumas percepções possíveis das obras, está a falência de instituições do Estado. “Também somos o estado e às vezes falta nossa atitude para começar a transformar as coisas.” Para ele, a arte tem esta capacidade.

O artista afirma que eventos como este abrem caminho para uma mudança de comportamento, não só do público participante. “Eu vim de uma cidade onde passei seis anos. Em Pelotas existe um evento que percorre as praças da cidade levando diversos oficineiros. A cidade abraça a ideia, participa e reclama se ela não acontece.”

Artista se inspira em Duchamp

O pintor, escultor e poeta Marcel Duchamp é um dos precursores da arte conceitual, apresentando a ready made como objeto de arte. Trata-se de levar algum objeto da vida cotidiana, não reconhecido como artístico, para o campo das artes.

Iniciou como uma brincadeira entre amigos, dentre eles, Francis Picabia e Henri-Pierre Roché, Duchamp passou a incorporar material de uso comum nas suas esculturas. Em vez de trabalhá-los artisticamente, ele os considerava prontos e os exibia como obras de arte.

A Fonte, obra que fez repercutir o nome de Duchamp ao redor do mundo, está baseada nesse conceito. Tratava-se de uma fábrica que produziu o urinol, lida ao lado da peça, para figurar entre as obras a serem julgadas para um concurso de arte promovido nos EUA.

A escultura foi rejeitada pelo júri, uma vez que, na avaliação desse, não havia nela sinal de labor artístico. Com efeito, trata-se de um urinol comum, branco e esmaltado, comprado numa loja de construção e assim mesmo enviado ao júri. Entretanto, a despeito do gesto iconoclasta de Duchamp, há quem veja nas formas do urinol uma semelhança com as formas femininas, de modo que se pode ensaiar uma explicação psicanalítica quando se tem em mente o membro masculino lançando urina sobre a forma feminina.

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