Após enfrentar graves problemas financeiros nos dois últimos anos, o Hospital São Gabriel Arcanjo inicia 2016 com perspectivas de crescimento.
A instituição recebeu do Ministério da Saúde a certificação de filantropia, que permite acesso a incentivos públicos e privados. Além disso, projeta encerrar em fevereiro a dívida que chegou a R$ 220 mil em novembro de 2014.
De acordo com a administradora da casa de saúde, Elisabeth Centena, o processo para certificar a filantropia era aguardado desde 2012. Ao assumir a gestão do hospital, Elisabeth marcou uma audiência em Brasília para receber informações sobre o andamento do processo.
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“No Ministério da Saúde descobrimos que a documentação não era válida, pois havia sido enviada com atraso e sem autenticação”, relata. Os documentos foram corrigidos e reenviados.
Em dezembro do ano passado, o prefeito César Marmitt aproveitou uma viagem a Brasília para levar as últimas informações necessárias. A certificação foi publicada no Diário Oficial da União no dia 24, véspera do Natal.
Conforme Elisabeth, a filantropia permite ao hospital receber doações de empresas com abatimentos no Imposto de Renda e verbas de emendas parlamentares. Também dá acesso a programas da AES Sul, para substituição de lâmpadas e aparelhos antigos por opções mais econômicas. Entidades filantrópicas ainda recebem desconto de 50% nas tarifas da Corsan.
Antes da certificação, a entidade só obtinha recursos da União, para custeio do SUS, e da administração municipal. Em 2015, o governo do Estado cortou R$ 13 mil mensais em verbas do Incentivo de Cofinanciamento da Assistência Hospitalar (Hiosp). A instituição atende em média 30 pacientes por dia, 95% por meio do SUS.
Dívida perto do fim
As dificuldades financeiras quase resultaram no encerramento das atividades do hospital. No fim de 2014, as dívidas somavam mais de R$ 200 mil e não havia perspectiva de recuperação. Na época, o Conselho Hospitalar exonerou o então administrador, Celso Weissheimer, e repassou a entidade ao governo municipal, que nomeou Elisabeth para a função.
Desde então, medidas de contenção foram estabelecidas para sanar as contas. A comunidade também contribuiu com a instituição, com a promoção de eventos e campanhas para arrecadação de verbas.
Os recursos obtidos com auxílio da comunidade resultaram em investimentos na reforma interna da estrutura. Conforme Elisabeth, a expectativa é quitar a última parcela da dívida até fevereiro.
Com o fim do débito, o hospital pretende realizar novos investimento. Ainda neste ano, devem ser instalados um elevador e uma central de oxigênio, além da aquisição de novos equipamentos. Já os recursos provenientes da filantropia devem ser utilizados para a reforma externa do prédio.