Em 13 dias, polícia registra 11 casos de abuso contra mulher

Teutônia

Em 13 dias, polícia registra 11 casos de abuso contra mulher

Após redução nos registros em 2015, ano começa com alto índice

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Atualizado quarta-feira,
30 de Janeiro de 2016 às 17:35

Ameaças e agressões contra mulheres são assuntos recorrentes na delegacia da Polícia Civil (PC). A Brigada Militar também é chamada com frequência para conter brigas de casais e registrar a ocorrência. Embora os números de 2015 tenham reduzido em relação ao ano passado, 2016 começa com volume elevado de registros.

Desde o dia 1o de janeiro, a PC registrou 11 casos de ameaça, tentativa de agressão e vias de fato. Além disso, foram efetuadas quatro prisões em flagrante e uma preventiva emitida pela Justiça no fim de 2015.

Nos casos mais recentes, a própria vítima chamou a polícia. Na maioria das vezes, o homem está embriagado. A prisão ocorre em flagrante e ambos são conduzidos à delegacia. No ano passado, foram emitidas 175 medidas protetivas, o que demonstra a consciência das mulheres em representar criminalmente contra o companheiro. Os pedidos ocorrem para retirá-lo do lar e proibir qualquer contato, sob pena de prisão.

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Os motivos para a violência física partem dos ciúmes e excesso de bebida alcoólica. Embora estejam mais conscientes sobre seus direitos, muitas mulheres relatam o medo de buscar ajuda devido às agressões. A maioria dos casos envolve companheiros que vivem juntos ou namorados. Registros entre marido e mulher, com casamento civil, são poucos.

Passos da violência

Conforme a delegada Márcia Bernini Colembergue, responsável pela Delegacia da Mulher de Lajeado, tudo inicia com a agressão moral. Em geral, o homem passa a desqualificar a mulher, falando mal da aparência e comportamento. As palavras ofensivas fragilizam a vítima e acabam com a autoestima.

O segundo passo é a privação da vida social. O companheiro tende a proibir a namorada de passear ou interagir com amigas, controla horários e locais. Em muitos casos, até o vínculo familiar é rompido.

Quando a mulher consegue forças para reagir contra a violência psicológica, ocorrem as agressões físicas. O crime persiste e a vítima continua no lar por diversos motivos. Os filhos são os principais. Ameaças de morte também protelam o pedido de ajuda e a saída do lar. “As mulheres sofrem e não conseguem reagir sozinhas”, diz.

Reconstrução moral

Por meio da Delegacia da Mulher, as vítimas de agressões têm acesso à orientação jurídica. Encontros com advogados esclarecem sobre os direitos e direcionam os passos para o divórcio. O acompanhamento psicológico ofertado pela rede de proteção e assistência contribui para a reconstrução e o fortalecimento emocional. “As mulheres deveriam ter consultas antes mesmo de sofrer as agressões”, comenta a delegada.

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