Sistema único facilita processo de adoção

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Sistema único facilita processo de adoção

Na região, há 13 crianças cadastradas e 50 casais aguardando por um filho

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Vale do Taquari/ País – A Corregedoria Nacional de Justiça apresentou nesta semana a nova versão do Cadastro Nacional de Adoção (CNA). Modernizado, o sistema simplificará a operação e facilitará o cruzamentos de dados em todo o país. Com a mudança, as crianças e adolescentes devem ser encontrados de forma mais rápida pelas futuras famílias.

Renata AgostiniHoje, há 33,5 mil pretendentes e cerca de 5,7 mil crianças brasileiras em busca de um novo lar. Na região, as Comarcas da Vara de Infância e Juventude de Lajeado e Encantado somam 13 crianças aptas à adoção. As demais varas regionais não têm dados cadastrados.

Conforme o promotor de Justiça de Lajeado, Sérgio Diefenbach, a mudança aprimora a ferramenta de busca entre as famílias e perfis. “As pessoas procuram por perfis restritos, o que causa a demora na adoção. A mudança deve inclusive incentivar a ampliação das possibilidades”, salienta.

No cadastro das famílias ou crianças, apenas 12 itens precisarão ser respondidos. O repasse das informações ao CNA continua sob a responsabilidade das Varas de Infância e Juventude dos Tribunais de Justiça dos estados. A nova tecnologia permitirá que o juiz seja informado, assim que preencher o cadastro de uma criança, sobre a existência de pretendentes na fila de adoção.

O cruzamento dos dados ocorrerá inclusive entre varas de comarcas de estados diferentes. Assim, respeitando a precedência na fila de adoção, os juízes responsáveis serão notificados por e-mail para agilizar o processo de adoção.

Haverá também informações sobre enfermidades. De acordo com os dados atuais do CNA, estão disponíveis para adoção 439 crianças com doenças tratáveis, 165 com doenças não tratáveis, 218 com deficiência física, 472 com deficiência mental e 98 portadoras do vírus HIV.

“Adotamos uma criança de outra comarca”

A servidora pública, Cláudia Weber, 45, e o marido Edson Scheneider, 46, adotaram uma criança faz um ano. Impedido de ter um filho natural, o casal buscou apoio do Juizado da Infância e da Juventude para adotar. A espera e os trâmites do processo duraram cinco anos e meio.

O casal estava quase desistindo, quando foi informado por outra comarca sobre a disponibilidade de um menino de 3 anos. Mateus é o primeiro filho deles. “Adotamos uma criança de outra comarca. Visitamos ela por semanas, até poder levá-la para casa”, relembra Cláudia.

A adoção foi possível devido à interligação de dados entre as comarca. Por esse motivo, o casal apoia a mudança no cadastro e a agilidade nos processos adotivos. Felizes com o aumento da família, estão se habilitando novamente para adotar mais uma criança. “Aprendemos que os laços de convivência é que fazem o afeto e não os de sangue”, salienta Cláudia. Dessa forma, incentiva outras pessoas a adotarem uma criança ou adolescente.

Trabalho de apoio

Presidente do Grupo de Apoio à Adoção (Gaal) de Lajeado, Cláudia reforça a orientação dada às famílias na espera por crianças. Segundo ela, mais de 50 pessoas da região aguardam por um filho adotivo. Porém, cerca de 90% delas procura por crianças de até 3 anos de idade, sem doenças ou deficiências.

“Outros ainda preferem recém-nascidos para vivenciar os cuidados posteriores ao parto”, relata. Por isso e pela demora no processo adotivo, a fila de pretendentes costuma ser maior do que a de crianças aptas à adoção.

Orienta as pessoas a procurarem pelo grupo e pelo Juizado da Infância e da Juventude, para garantir uma adoção segura e legal. Em alusão do Dia Nacional da Adoção, o grupo se reúne em 26 de maio para debater temas pertinentes ao assunto. O encontro ocorre no auditório da prefeitura, às 19h15min.

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