Comitê aprova demolição de prédio antigo

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Comitê aprova demolição de prédio antigo

Proprietário e município acertam aproveitamento de área como estacionamento

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Lajeado – A demolição do prédio na esquina das ruas Benjamin Constant e Silva Jardim iniciou no sábado. Datada da década de 40 a 50, a construção estava desocupada fazia mais de seis anos. A constante invasão de usuários de drogas e vândalos acelerou o processo de destruição da casa.

03“Restavam apenas as paredes, o prédio estava condenado. Mesmo querendo restaurar não tinha como”, diz um dos proprietários, Maurício Arnhold. Em parceria com o município, em troca do serviço de demolição e limpeza da área, o terreno servirá como estacionamento para uso das entidades como Acil e Sesc por até três anos. Depois disso, Arnhold projeta a construção de um edifício comercial.

O serviço de recolhimento do entulho será finalizado no próximo fim de semana. Parte dos tijolos servirá para a construção de bocas de lobo em diferentes bairros da cidade.

Segundo o presidente do Comitê Gestor do Plano de Revitalização do Centro Histórico, Ítalo Reali, estudos comprovaram a inviabilidade de reforma do prédio. “Nossa ideia é recuperar tudo o que for possível, mas, em alguns casos, a demolição é a única saída.” Reali vê a mudança como parte do projeto, deixando o local mais bonito e menos vulnerável à ação de vândalos.

Possibilidade de incentivo

O Comitê discute melhorias na orla do Rio Taquari e centro histórico desde 2008. O último projeto tem parceria do município com o Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo da Univates (Emau). A análise prevê mudanças objetivando a valorização do espaço e a preservação dos prédios existentes. Os estudos são aproveitados de forma gradativa pelo município.

Nesta semana, o Executivo recebe um pré-projeto do Comitê, para a elaboração de uma lei municipal específica de incentivo aos proprietários de imóveis antigos. Com a isenção de parte dos impostos, Reali prevê maior incentivo à preservação e embelezamento do Centro Histórico.

Outros projetos

De forma paralela à busca por incentivo aos proprietários, o município prioriza a construção de um belvedere em frente à Prinz. Cerca de R$ 250 mil estão reservados à obra. O dinheiro provém de um Termo de Compromisso Ambiental (TCA), no qual uma empresa fez a compensação financeira para poder desenvolver um projeto na área. O início da construção deve ocorrer neste semestre.

A administração municipal prevê também o capeamento asfáltico de parte das três ruas de acesso ao centro histórico: Benjamin Constant, Júlio de Castilhos e Bento Gonçalves. A obra conta com R$ 500 mil do Ministério do Turismo e mais R$ 120 mil de contrapartida municipal.

Moradores opinam

O prédio foi utilizado por volta das décadas de 50 e 60 como agência do antigo Banco Agrícola Mercantil. Esta funcionou no local até 1968, quando se tornou Unibanco. Por mais alguns anos, a casa serviu de boate, chamada de Caixa Forte devido às repartições antes utilizadas no serviço bancário. Depois, por nove anos, a estrutura foi utilizada como minimercado. A desocupação ocorreu entre 2008 e 2009.

Alguns moradores, como o comerciante Joares Catto, lamentam pela demolição do prédio histórico. Ao mesmo tempo, relatam a necessidade de melhorias no local.

A vendedora Elizandra Cornellius frequentava o prédio, quando era um mercado. Segundo ela, eram visíveis as rachaduras e danos no forro. Relata também recentes casos de vandalismo com pequenos incêndios e invasões. “Do jeito que estava não tinha como deixar.” Com a mudança, espera pelo embelezamento do local.

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