Vale do Taquari – O fechamento de duas casas de saúde, uma em Santa Clara do Sul e outra em Paverama, ocasionou uma redução de 69 leitos para internações. O levantamento considera o período de setembro do ano passado (quando havia 1.134 vagas) até este mês.
Conforme dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), na área de abrangência da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde, há 1.065 leitos disponíveis. Deste total, 802 são para usuários do SUS.
Entre os 37 municípios da região, a 16ª CRS contabiliza 19 hospitais cadastrados pelo CNES. O Hospital Bruno Born (HBB), de Lajeado, tem 160 leitos disponíveis, sendo 120 pelo sistema público. A casa de saúde de Estrela aparece na segunda colocação, com um total de 122 leitos (85 pelo SUS).
Tendo como base a população regional, em torno dos 350 mil habitantes, o número corresponde a 2,3 leitos para cada mil habitantes. Índice superior ao ofertado no Rio Grande do Sul. O Estado lidera o ranking nacional, com 2,8 vagas.
Em seguida, aparece o Rio de Janeiro, com 2,7. Depois Goiás (2,69) e o Paraná (2,5). Conforme a Secretaria Estadual de Saúde (SES), a ampliação no total de vagas para internação foi ocasionada com o incremento de 1.021 leitos criados para atendimento via SUS.
Ontem, o Piratini divulgou levantamento acerca do tema. Diante dos últimos dados disponíveis pelo Ministério da Saúde, o número de leitos de internação públicos e privados, sem contar os complementares (de UTI, de isolamento e cuidados intermediários), chegou a 31.554, sendo 22.002 pelo SUS.
Investimento alcança R$ 1,7 bilhão
O governo do Estado contabiliza repasses de R$ 1,7 bilhão para instituições de saúde. O investimento engloba convênios, incentivos de cofinanciamento, além das novas vagas para internações.
A medida visa auxiliar os hospitais filantrópicos a superar a crise financeira. De acordo com a secretária da SES, Sandra Fagundes, essas casas correspondem a mais de 70% do atendimento pelo SUS no Estado.
Segundo ela, a estratégia implantada procura dotar as entidades com melhor estrutura, proporcionando o fortalecimento das redes de atendimento especializado.
União repassa menos de 5%, diz Lagemann
Adequações na legislação nacional recalcularam os percentuais de investimento na saúde. Para os municípios, o orçamento para a área deve ser de 15%. O Estado entra com 12%. Para o governo federal, a definição do índice é diferente. Leva em consideração o quanto foi destinado no ano anterior, com um reajuste a partir da inflação.
Para o presidente do Sindicato dos Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos e diretor do Hospital Ouro Branco de Teutônia, André Lagemann, houve avanço na destinação de verbas por parte do Estado. No entanto, as casas de saúde continuam operando no vermelho quando atendem pelo SUS.
Segundo ele, a União repassa menos de 5% do orçamento para a saúde. “Dobrando esse percentual, teríamos uma melhoria importante.” De acordo com Lagemann, a cada R$ 100 usados para atendimento na rede pública, os hospitais recebem R$ 65.
A partir disso, diz, as instituições de saúde precisam se organizar para manter o trabalho. “Por outro lado, isso onera os municípios, que veem aumentar suas responsabilidades. Se formos analisar, muitos investem até mais do que os 15%”, frisa Lagemann.