Lajeado – A falta de efetivo policial para atender ao programa Polícia Comunitária continua há quase cinco meses. Desde o lançamento, no dia 21 de fevereiro, o número de brigadianos necessários para compor o quadro segue abaixo de 50%. Das 20 vagas estipuladas à BM, nove estão preenchidas. Uma a mais do que na data de estreia, quando o nono integrante quebrou o ombro e ficou afastado por licença médica.
O quadro funcional deveria ser preenchido por policiais lotados no batalhão lajeadense. Contudo, como nove mostraram interesse, as vagas foram abertas para demais cidades da região. As 11 restantes foram ocupadas logo em seguida. Mas tais brigadianos dependem de autorização especial da Secretária Segurança Pública (SSP) para a transferência de município.
Comandante do 22º BPM desde o início de maio, o tenente-coronel César Augusto Pereira da Silva, prevê para dentro de um mês o remanejamento. De acordo com ele, o que dificulta esse tipo de movimentação é a necessidade de publicação no Diário Oficial, processo longo e burocrático também retardado durante a Copa do Mundo.
Um dos problemas destacados pelo comandante na prática de remanejar brigadianos é que um município acabará perdendo efetivo. “Para isso, antes de trazermos o pessoal para Lajeado, precisamos conseguir policiais para estas outras cidades.” Neste sentido, sugere ainda aos prefeitos para reivindicar tal pleito à SSP.
Como alternativa ao baixo número de policiais, o tenente-coronel aponta o concurso público para dois mil novos servidores. A formação das turmas deve ocorrer em janeiro. O importante nesta etapa é que o Vale consiga perante ao Estado pelo menos um grupo. “Alguns municípios e regiões têm mais problemas que outros. O Vale do Taquari sofre com a falta de efetivo.”
De acordo com o comandante, o 22º BPM não terá nenhum acréscimo de efetivo depois da Copa do Mundo. Um dos motivos para isto é a necessidade de conceder férias atrasadas. “O policiamento vai se manter no mesmo nível.”
Saiba mais
São cinco núcleos da BM e outro da Polícia Civil (PC). Cada um dos seis recebeu uma viatura Ford Fiesta 1.6. Além disto, a Brigada recebeu pistolas .40, coletes à prova de balas, rádios de comunicação portáteis, pares de algemas e bicicletas. Um para cada participante.
A atuação ocorre em 21 dos 27 bairros da cidade, atendendo a 45 mil habitantes. O governo municipal apoia o projeto. Para isto, custeia despesas com moradias do servidores, com repasse de R$ 600 mensais para cada policial, por meio da Associação Lajeadense Pró-Segurança Pública (Alsepro).
Os escalados em cada grupo não têm sede fixa. A proposta é integrá-los à realidade comunitária. Desta forma, eles passarão o dia conversando com líderes locais, moradores e visitando entidades, além de atender aos casos de repressão.