Vereador denuncia suposto nepotismo

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Vereador denuncia suposto nepotismo

Ildo Salvi acusa Antônio Schefer de contratar parente para cargo de diretor

Lajeado – A sessão desta semana da câmara de vereadores foi marcada por acusações entre os parlamentares. A mais grave delas envolve denúncias de suposto crime de nepotismo na contratação de funcionários, e corrupção ativa e passiva entre colegas do Legislativo. Ofício será encaminhado esta semana para análise do Ministério Público (MP).

04O vereador Ildo Salvi, ex-líder de governo na câmara, é o autor das denúncias. Ele pretende encaminhar ofício ao promotor de Justiça, Neidemar Fachinetto, solicitando investigação sobre suposto caso de nepotismo envolvendo o parlamentar Antônio Schefer. O petista questiona a contratação da diretora parlamentar, Ana Paula Neves, afirmando se tratar da nora do colega.

Salvi comentou sobre o caso durante seu pronunciamento na sessão realizada nessa segunda-feira. Na ocasião, apenas insinuou a suposta prática do colega de Legislativo, sem citar nomes. O presidente da câmara, Djalmo da Rosa (PMDB), alertou sobre a gravidade das denúncias, reivindicando que as mesmas fossem encaminhadas ao MP. “É preciso dar nomes”, salientou.

“Vou pedir uma averiguação em toda a câmara. Há suspeitas de outros casos”, garante Salvi. O documento será entregue até sexta-feira na Promotoria de Justiça. Outro caso citado nos bastidores do Legislativo envolve o próprio Djalmo da Rosa. O assessor político dele, Joselito Rodrigues, é irmão da coordenadora de Serviços Gerais, Laira Couto Rodrigues.

O MP deve analisar ainda suposto nepotismo cruzado, envolvendo funcionários do Legislativo e Executivo. Há indícios de irregularidades envolvendo assessor político da câmara e funcionária contratada de forma terceirizada pela administração, e que antes atuava como Cargo de Confiança (CC) no Setor de Recursos Humanos.

Dentro do governo, existe também caso de diretor de departamento casado com funcionária da área jurídica. O MP já anunciou que casos de contratações por terceiros não costumam configurar irregularidade. Em outubro do ano passado, pelo menos dez servidores que atuavam em cargos de confiança foram desligados do governo por suspeita de nepotismo.

“Pedágio” nos salários

Na mesma sessão dessa segunda-feira, Salvi falou sobre possível prática de corrupção ativa e passiva dentro do Legislativo. Ele insinuou que o colega, Antônio Schefer, cobra parte dos salários dos assessores para garantir-lhes os empregos. “Infelizmente não tenho como provar isso, portanto não foi encaminhar essa denúncia ao MP.”

Caso semelhante ocorreu em maio de 2011, envolvendo Lorival Silveira (PP). O vereador foi denunciado pelo ex-assessor, Oclésio de Oliveira, que acusava o parlamentar de ficar com cerca de R$ 600 do seu salário todos os meses. Após reclamar, ele foi demitido. O caso foi parar no MP, com auxílio do então presidente da OAB de Lajeado, Edson Kober, hoje assessor jurídico do Executivo.

O MP denunciou criminalmente Silveira. O caso ainda segue sob análise da Justiça. Conforme o promotor, Neidemar Fachinetto, a promotoria solicita agilidade no julgamento. Isto porque, além do expediente criminal, há também processo em trâmite na área cível contra o vereador.

Schefer reclama de perseguição

Alvo das acusações de Salvi, Antônio Schefer reclama de possível “perseguição” por parte de outros vereadores. Sobre o caso de nepotismo, afirma que não há qualquer parentesco entre ele e sua diretora parlamentar. “Eles dizem isso a toda hora, e a menina sequer tem meu sobrenome. Para ser minha nora tem que comprovar com o nome no documento”, provoca.

Schefer não soube precisar se o companheiro da diretora parlamentar é seu filho, conforme afirma Ildo Salvi. “O companheiro dela não tem meu sobrenome. Não sei afirmar se é meu filho ou não. Tenho muitos filhos, e não sei com quem todos eles se relacionam.” A funcionária, Ana Paula Neves, garante que inexiste qualquer vínculo familiar dela com o vereador.

Sobre a suposta cobrança de parte dos salários de assessores, Schefer se diz tranquilo em relação às acusações. “O MP pode chamar meus funcionários e questioná-los se for o caso. O promotor está aí para investigar isso. Estou tranquilo, mas cansado dessas perseguições”, finaliza. Djalmo da Rosa também se defende, e garante que a indicação da coordenadora de Serviços Gerais partiu de outro parlamentar.

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