Vale do Taquari – Cidades se aptam para acompanhar a largada do principal evento esportivo do mundo. Serviços públicos e privados farão horários especiais a partir desta quinta-feira, quando ocorre a abertura da competição e a primeira partida da seleção brasileira.
Apesar da preparação, a Copa do Mundo não surte os efeitos esperados por líderes regionais no Vale do Taquari. Dezenas de encontros e debates realizados nos últimos anos foram insuficientes para colocar municípios locais na rota de turistas ou de uma equipe do Mundial.
Inclusive, criou-se uma comissão especial para tratar sobre as demandas. A primeira reunião ocorreu em novembro de 2009, com a presença do então secretário extraordinário da Copa, Paulo Odone. Desde então, investimentos em hotéis, qualificação dos serviços de recepção e obras de infraestrutura foram temas amplamente discutidos. Das carências apresentadas, apenas a construção do novo estádio do Lajeadense foi concluída. Do restante, pouco ocorreu.
Entre as expectativas frustradas está o hotel de R$ 50 milhões projetado para o bairro Florestal, em Lajeado. Com cerca de 35 mil metros quadrados, sequer saiu do papel. Na mesma condição ficaram investimentos no Porto de Estrela, cursos preparatórios para receber turistas e o término da duplicação da BR-386.
No Estrela Palace Hotel, em Estrela, uma placa no saguão anuncia o credenciamento Fifa para a Copa do Mundo. Mesmo assim, a gerente Gisele Bellini Bohmer diz ser baixa a procura. Dos 250 leitos reservados pela agência internacional no período de maio a agosto deste ano, 160 foram mantidos. Dos estrangeiros, apenas há a definição de franceses. “Sobraram para nós aqueles que não conseguiram espaço na Região Metropolitana.”
Para o presidente da Amturvales, Vanildo Roman, a instituição fez o possível. Aponta a divulgação em diversas agências turísticas, como a CVC, das rotas e atividades oferecidas na região. “Infelizmente, não tivemos força política para atrair muita coisa. Mas buscamos.”
Expectativas no comércio
A redução dos horários trabalhistas em diversas repartições, para acompanhar as atividades da Copa do Mundo, gera grandes expectativas do comércio regional, sobretudo para os empresários que trabalham no ramo alimentício.
Proprietária de uma lancheria na av. Senador Alberto Pasqualini, em Lajeado, Mara Cristina Markmann, a popular “Baixinha”, projeta aumento nas vendas. O estabelecimento transmitirá todas as partidas. “Muita gente vai parar de trabalhar para olhar os jogos. Para atender a essa demanda vamos, inclusive, mudar a escala dos funcionários e ampliar o atendimento.”
Empresários de outros setores ainda avaliam se manterão as lojas abertas nos horários de partida da seleção. Nas lojas Certel, por exemplo, a direção da cooperativa decidiu encerrar o expediente 15 minutos antes de cada disputa do Brasil (dia 12, 16h45min; dia 17, 15h45min; e dia 23, 16h45min).
Bancos mudam horários
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) definiu que todos os estabelecimentos devem operar em horários idênticos nos dias em que a seleção entra em campo. O atendimento ao público inicia às 8h30min e se estende até as 12h30min. A definição vale para todas as instituições da região: Santander, Banco do Brasil, Itaú, Banrisul, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC e Sicredi.
Hospitais não têm mudança
Os atendimentos médicos seguem de forma normal no HBB, Ouro Branco, Estrela, São José e no Santa Teresinha. A regra vale para todo o período da competição internacional. Aos funcionários e pacientes, as instituições avaliam disponibilizar televisores para os jogos do Brasil.
Univates libera alunos. CRE não
Em dias de disputa da seleção brasileira, os professores da instituição podem optar por encerrar ou suspender a aula até uma hora antes do horário do jogo. As atividades devem ser retomadas até uma hora depois do fim da partida, sendo que a recuperação do conteúdo deve ser combinada com o professor da disciplina/módulo. No atendimento ao público, a rotina segue de forma normal.
Nas escolas estaduais da região, a orientação repassada às direções foi que garantissem o dia letivo. Mas os colégios devem oferecer aos estudantes a oportunidade de acompanhar os jogos do Brasil dentro da instituição. Caso algum pai deseje que seu filho saia antes da aula para assistir à partida, deverá comunicar de forma antecipada.