Vale do Taquari – A campanha nacional contra a gripe A encerra esta semana. Apenas metade dos municípios do Vale atingiu o índice de 80% de vacinação nos grupos de risco. Das cinco cidades mais populosas, Lajeado distribui hoje as últimas doses da vacinas. Nas demais, restam apenas as segundas doses às crianças vacinadas pela primeira vez.
A dose contra a gripe é trivalente e oferece imunização contra os vírus Influenza B, H1N1 (gripe A) e H3N2. A região recebeu 91,3 mil doses. No Estado, foram 3,8 milhões distribuídas, cerca de 700 mil a mais em relação ao ano passado.
Encantado. Foi um dos primeiros municípios a encerrar as doses, há duas semanas. Com vacinação de 85% do grupo de risco, houve a liberação de pouco mais de 1,2 mil doses aos demais. Segundo a técnica em enfermagem, Loiva Primaz, restam apenas 210 doses, reservadas às crianças que se imunizaram pela primeira vez e devem receber a segunda dose após 30 dias. “A procura foi maior neste ano.”
O posto de saúde do centro de Lajeado é o último a oferecer doses para pessoas fora do grupo de risco. Na semana passada, houve prioridade para policiais e professores. Ontem iniciou a disponibilização das doses restantes. Hoje, a vacinação no local, na rua Pinheiro Machado, continua. São 2,1 mil doses. O atendimento ocorre das 8h às 16h, sem fechar ao meio-dia.
A coordenadora do Núcleo Regional de Vigilância em Saúde da 16ª CRS, Ana Paula Delwing, cita o recebimento paralelo de 300 doses nesta semana. Essas serão destinadas aos segmentos que participam de atividades relacionadas à Copa do Mundo pela região.
Até então, Ana Paula cita a suspeita de seis casos de gripe. Desses, nenhum se confirmou. Em 2012, o Vale registrou quatro óbitos. No ano passado, foram cinco mortes. Recomenda as pessoas a seguirem medidas preventivas (ver quadro) e, ao aparecerem sintomas, procurarem por um médico. O Ministério da Saúde prevê a distribuição gratuita do medicamento Tamiflu, usado sob prescrição médica.
Procura aumenta
O medo de ficar sem imunização fez a fila iniciar antes das 6h30min ontem, no posto do centro de Lajeado. Quando as portas abriram, às 8h, já havia mais de 60 pessoas à espera. A industriária, Ione dos Santos, 49, se vacina há oito anos. Dessa vez, ao levar a filha de 11 anos, aproveitou para levar outras três crianças, filhas de vizinhos. “Os pais tinham que trabalhar e trouxe elas para não ficarem sem”, diz.
A vacinação, feita todo ano, reduziu os sintomas de dor de garganta e gripes mais fortes, comuns no inverno. Se não tivesse mais doses, cita a busca em locais particulares como alternativa à prevenção.
“Não adianta fugir da realidade, precisamos nos prevenir”, diz o aposentado Arduíno Miorando, 57. Todo o ano ele aguarda pela abertura para os demais grupos. Dessa vez quase cogitou a dose particular, por receio de ficar sem. “O governo deveria dar pra todos. Todos pagam impostos”, reclama. Na família, apenas a filha ainda não se vacinou.
Clínicas particulares
O número de imunizações nas clínicas particulares é maior neste ano. Segundo o enfermeiro Adriano dos Santos, 2.034 vacinas foram aplicadas desde 22 de março na clínica de imunização em que trabalha.
A vacina da rede privada é a mesma da rede pública. A duração da imunização varia entre oito e dez meses, e inicia de 14 a 21 dias após a aplicação. A vacina custa R$ 70 para quem plano de saúde e R$ 80 para público em geral. Os valores devem se manter, mesmo com finalização de vacinas na rede pública.
PREVENÇÃO
– Higienizar as mãos com frequência;
– Utilizar lenço descartável para a higiene nasal;
– Cobrir nariz e boca quando tossir ou espirrar;
– Evitar tocar as mucosas dos olhos, nariz e boca;
– Não partilhar alimentos, copos, toalhas e outros objetos pessoais;
– Evitar ambientes fechados ou com aglomeração;
– Manter os doentes afastados do convívio social.
Fonte: 16ª CRS