Santa Clara do Sul – Crianças atendidas na Emei Pequeno Mundo e no projeto Asema serão as primeiras a ocupar salas de aula do Colégio Municipal de Ensino Fundamental e Turno Integral Sereno Afonso Heisler. O governo prevê para junho a conclusão da obra e promete, com a medida, reduzir a carência de vagas em ambas instituições. Contudo, o funcionamento pleno da escola fica para 2015.
A estrutura pertencia ao antigo colégio Cenecista e estava fechada desde agosto de 2008. As readequações começaram na metade do segundo semestre do ano passado. De acordo com o secretário da Educação, Gilmar Hermes, a conclusão depende de detalhes. Entre eles, estacionamento, jardinagem, acessibilidade e pátio interno.
Enquanto seguem as obras, o governo agencia a compra da mobília e equipamentos para as salas de aula, biblioteca, refeitório e sala de informática. O prédio tem capacidade, segundo Hermes, de comportar mais de 400 estudantes. São 16 salas, sendo 13 delas no segundo piso.
Logo após a reabertura, o secretário prevê a transferência de 61 alunos com idades entre 4 a 6 anos da Emei Pequeno Mundo para o novo ambiente. A instituição tem demanda de pelo menos 80 vagas – incluindo berçário, anexo à escola municipal. Outros 70 estudantes do Asema – atendidos no espaço do Cras – também serão realocados. “Assim, abriremos espaço na Emei e poderemos atender mais crianças no Asema.”
O turno integral, de acordo com Hermes, começa a funcionar no início do próximo ano devido a questões organizacionais e necessidade de atender a exigência de 200 dias letivos. “Este ano vamos atender a demanda reprimida. O funcionamento pleno, a partir de 2015.”
Conforme o secretário, o turno inverso ao escolar (integral) deve servir como uma extensão da carga horária. As atividades serão preenchidas com oficinas interligadas às disciplinas normais do currículo. Espera tornar o programa um complemento na educação, mas de uma forma lúdica, para que as crianças tenham condições de desenvolver e aprimorar suas potencialidades.
Fechado desde 2008
O prédio escolar foi inaugurado em 12 de setembro de 1982. Foi construído pela comunidade, que também doou o imóvel à Cnec. A última turma da instituição Cenecista encerrou em 2000. Na sequência, a Escola Estadual de Ensino Médio Santa Clara passou a ocupar a estrutura, por meio de aluguel.
Em agosto de 2008, a escola estadual se mudou para um prédio próprio. Desde então, o ambiente permanecia fechado e abandonado. Vândalos quebraram janelas, portas e picharam paredes. O matagal tomou conta do ambiente, inclusive nos corredores.
Por diversas vezes, a administração municipal tentou comprar o imóvel da Cnec, mas o valor exigido era considerado alto. No governo anterior, foi possível comprar o prédio por meio de ação judicial, por R$ 350 mil. A Construtora Gegê, de Estrela, venceu a licitação para a reforma. O investimento total na obra chega a R$ 284 mil.
Programa começa no interior
A sistemática do turno integral começa a funcionar ainda este mês nas três escolas do interior, garante Hermes. Serão trabalhadas quatro áreas: agroecologia, esporte, artes e letramento. Com isso, destaca, pretende incentivar a permanência das crianças nas comunidades interioranas. Serão atendidos estudantes do 1º ao 5º ano com atividades lúdicas e recreativas.
Entre outras atividades, projeta a ampliação das hortas escolares. Nos locais, serão cultivados diferentes tipos de culturas para mostrar aos jovens a possibilidade de diversificação na lavoura.
De acordo com o secretário, são feitas pesquisas e visitas às famílias do interior há três anos com o intuito de aperfeiçoar o plano do turno integral. Dessa forma, imagina conseguir reconhecer as necessidades pontuais, demandas, e saber de que forma a escola pode interferir para ajudar.
Integrar escolas e famílias
Será lançado dia 20 de março, às 9h, em frente à prefeitura, o programa Escola e Família de Mãos Dadas. O objetivo é envolver a comunidade escolar, os órgãos públicos, as empresas, as igrejas e a população em geral no sentido de viabilizar mudanças no processo de ensino-aprendizagem que façam frente às transformações inerentes à globalização.
Entre as ações do projeto, estão o fortalecimento do programa Santa Clara Mais Leitor e a realização de uma pesquisa com a comunidade para identificar as principais demandas, norteando o método de ensino.