Vale do Taquari – A duplicação do trecho entre Bom Retiro do Sul e Tabaí precisa estar pronta em menos de duas semanas. O Dnit prorrogou o prazo anterior em três dias. Agora, a liberação de 22 quilômetros ocorre só no dia 18 de fevereiro. Não haverá solenidade de inauguração.
De acordo com o engenheiro do Dnit, Hiratan Pinheiro da Silva, um dos responsáveis pela fiscalização da obra, o prazo de liberação do trecho foi prorrogado após reunião com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). A primeira previsão era dia 15 de fevereiro, um sábado. “Eles acharam mais prudente liberar numa terça-feira.”
Alguns trechos desses 22 quilômetros estão bastante atrasados. Em Paverama, próximo ao Posto Rosinha, há diversos pontos onde o serviço de terraplenagem ainda não foi finalizado. Há também muitos acessos inacabados, e falta colocação de asfalto em outros trechos. O movimento de caminhões e funcionários é intenso no local.
Nos últimos dias, o consórcio responsável pela obra iniciou os serviços de pintura e sinalização dos trechos já asfaltados. Conforme o gerente da Conpasul – uma das empresas consorciadas –, Nilton Scapin, o prazo estipulado pelo Dnit será cumprido. “Houve muita chuva que não estava prevista. O trabalho foi dificultado, mas é possível cumprir a exigência.”
A decisão de liberar o trecho foi anunciada em 2013. A presidente Dilma Roussef pressiona ministros para que isso ocorra. Outros nove quilômetros permanecerão em obras após o dia 18. Nesse trecho, a previsão é finalizar a duplicação até maio, quando as máquinas, funcionários e caminhões do consórcio devem deixar o local.
Com isso, faltará duplicar o trecho de dois quilômetros onde está instalada uma tribo indígena caingangue. Os serviços de construção da nova aldeia iniciaram em janeiro, com prazo até 2015 para conclusão. Até lá, a Funai não pretende liberar a duplicação. Para finalizar os 33,8 quilômetros de duplicação, o Dnit deve abrir novo processo licitatório a partir de junho.
As obras na principal rodovia do Vale iniciaram em novembro de 2010. Inicialmente orçado em R$ 150 milhões, o investimento previsto para os 33,8 quilômetros deve chegar a R$ 185 milhões. Só a construção da nova aldeia custará em torno de R$ 8,5 milhões. São 29 casas para moradias, um centro de reuniões para promover a cultura indígena, uma escola e uma casa de artesanato.
Cobranças
Uma reunião da Câmara de Indústria e Comércio do Vale do Taquari (CIC-VT), hoje à noite, discute a liberação do trecho. Conforme o presidente, Oreno Ardêmio Heineck, líderes regionais e empresários são contra qualquer tipo de solenidade. “Não se trata de uma inauguração, mas sim a liberação de um trecho. Somos contra qualquer solenidade pois a obra está incompleta.”
Apesar da reclamação, Heineck demonstra satisfação com a abertura de 22 quilômetros duplicados. “É um trecho significativo que trará maior segurança aos motoristas.” Ele lamenta, no entanto, a falta de diálogo entre o governo e a Funai, para agilizar o início das obras próximo à aldeia indígena. “É muita incompetência.”
Segundo o presidente, outra sugestão encaminhada ao Dnit é o aumento no limite de velocidade nos trechos já duplicados. “Acreditamos que, no mínimo, os veículos possam trafegar a 100 Km/h.” A reunião ocorre na sede da Associação Comercial de Lajeado (Acil).