Vale do Taquari – Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) entram no sexto dia de paralisação. A greve, iniciada na quinta-feira passada, ganhou adesão de cinco carteiros de Arroio do Meio. Contando os alocados na agência de Lajeado, há 36 servidores sem trabalhar.
A classe reivindica alteração no horário de entrega das correspondências (hoje começa ao meio-dia), redução nas exigências de auxílio creche e contra o novo modelo do plano de saúde. Conforme o diretor de Comunicação Social do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos do RS (Sintect-RS), Nilson Baldez da Silva, as negociações com a estatal não evoluíram.
De acordo com ele, o novo plano de saúde sobrecarrega o orçamento dos carteiros. “Teremos de pagar uma mensalidade de 10% do salário. Imagina, o carteiro ganhando R$ 1,1 mil, tendo que pagar fundo de garantia e mais o plano.”
Pelo antigo sistema, diz, os trabalhadores pagavam um percentual, sendo consulta, exame ou cirurgia, depois de três meses do procedimento. Segundo ele, hoje a empresa quer privatizar o atendimento em saúde dos trabalhadores.
Conforme a estatal, os Correios cumprem uma determinação do Tribunal Superior do Trabalho. No domingo, os Correios divulgaram nota afirmando não haver nenhuma alteração no plano de saúde dos trabalhadores e que não terão custos adicionais. “Nenhuma mensalidade será cobrada, os dependentes regularmente cadastrados serão mantidos e o plano de saúde não será privatizado. Todas as condições vigentes do CorreiosSaúde serão mantidas, os percentuais de coparticipação não serão alterados e os trabalhadores dos Correios não terão custos adicionais.” afirma a empresa.
No texto, atestam que a mudança de operador do CorreiosSaúde, antes gerenciado pela ECT, passou a ser controlado pela Postal Saúde.
Divergências sobre adesões
Sindicatos e Correios apresentam números distintos. A estatal alega que as agências funcionam normalmente, pois apenas 15% dos servidores teriam parado. Já o Sintect-RS, afirma que chega a 70% o total de carteiros em greve.
Ontem, os manifestantes se concentraram em frente das agências para convencer quem não aderiu ao movimento. Em Porto Alegre, carteiros foram para a frente da sede dos Correios e caminharam pelas ruas centrais.
No fim da semana, uma comissão escolhida na assembleia de sexta-feira passada participa de reunião com todos os sindicatos que estão em greve no país. O encontro será em Campinas, São Paulo.
Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect), 20 sindicados de outros estados também pararam as atividades.
Adequações para manter serviços
Caso a paralisação perdure por mais tempo, a estatal promete usar o plano de contingência para manter os serviços. Tal situação inclui aumento de horas extras, mutirões para entregas nos fins de semana e deslocamento de servidores entre agências.
Conforme a estatal, todas as unidades e Centros de Distribuição Domiciliar (CDD) funcionam normalmente. Serviços como o Sedex não foram prejudicados pela greve.
Atenção aos prazos
Com a possibilidade de entregas de encomendas e correspondências sofrerem empecilhos, o consumidor deve ficar atento aos prazos de pagamento das contas. O Procon aconselha:
Contas de água e luz – o usuário pode acessar o site da fornecedora para imprimir a segunda via do boleto;
Alguns bancos oferecem o pagamento de contas pela internet;
Clientes prejudicados pelo atraso de alguma encomenda podem procurar o ressarcimento da empresa;
O consumidor pode pedir ao banco ou empresa o pagamento descontado por débito em conta.