DEM retira candidaturas de vereadores

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DEM retira candidaturas de vereadores

Diretório nacional vetou aliança com candidatos do PT à administração municipal

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

aO Democratas (DEM) está fora das eleições proporcionais no mu­nicípio. A decisão foi tomada ontem pelo presidente da sigla, Flávio Kunz, três dias depois do diretório nacional do partido anular a coligação for­mada com o PT.

No documento assinado pelo presidente nacional do DEM, o senador José Agripino Maia, o apoio ao candidato Luís Fernan­do Schmidt (PT) a prefeito fere uma determinação do diretório federal. O requerimento foi en­caminhado à Justiça Eleitoral do município nessa sexta-feira – que acatou o pedido.

Para Kunz, a retirada das candidaturas a vereador foi a decisão mais sensata para o mo­mento. “Nós não podemos rasgar dinheiro”, esbraveja. Para poder participar das eleições, deveria trocar um dos candidatos mas­culinos às proporcionais por uma feminina. A composição com o PT permitiu a nominata com três candidatos homens e uma mulher.

O ex-deputado estadual Mar­quinho Lang, um dos líderes da sigla em Lajeado, lamenta a posi­ção do diretório nacional. Afirma que a decisão tomada pelo depu­tado federal e presidente estadu­al do DEM, Onyx Lorenzoni, foi contra a comunidade. “O partido está na contramão (da política). Não podemos ser radicais.”

Lang sabia da resolução do partido, que impedia apoio a candidatos às prefeituras que fossem do PT e do PSD. Acrescen­ta que o DEM está coligado com esses partidos em outras cida­des. Em um levantamento feito no sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os democratas apoiam candidatos do PT à ma­joritária em Arroio do Meio, Dois Lajeados e Paverama.

Desafio

Decisão semelhante ocorre em San­ta Clara do Sul. O PT estadual inter­veio no diretório municipal. Considera uma afronta petistas santa-clarenses se unirem ao PSDB para concorrer à administração municipal. No muni­cípio, o candidato Fábio Fischer (PSDB) é apoiado pelos petistas – que indicou nomes à proporcional.

A assessoria jurídica do PT no município recorre da decisão. Se­gundo o advogado Fábio Gisch, os diretórios nacionais e federais só podem interferir nas coligações menores caso publiquem no Diário Oficial da União (DOU) a decisão 180 dias antes das eleições – no caso, até 10 de abril.

Gisch aponta que a resolução do PT nacional ocorreu em maio, o que impede a intervenção no dire­tório do município.

Em Estrela, o PSol deixou a coli­gação formada com PR, PSD, PP e PDT. Uma resolução nacional do partido impede alianças com PSDB, DEM, PMDB, PR, PTB, PSD, PRB e PP. A legenda apoiava a candidatura de Rafael Mallmann (PR).

Lang e Kunz desafiam o DEM nacional e afirmam: apoiarão a candidatura de Schmidt até o fim das eleições. Os dois estudam a possibilidade de sair do partido devido à postura de Lorenzoni. Marquinho deve anunciar o desli­gamento nesta semana, enquanto Kunz conversará com os demais integrantes para definir se saem agora ou depois das eleições.

Lorenzoni confessa que a di­retoria deve ser substituída nos próximos dias. O argumento se­ria o descontentamento do DEM nacional sobre as decisões toma­das em Lajeado.

“Todos foram informados”

Lorenzoni afirma que as comissões provisórias do DEM, em todos os muni­cípios, foram informados que não poderiam se coligar em candidaturas em que o PT e o PSD têm nomes a prefeito.

Segundo ele, os par­tidos têm ideologias diferentes, impossibili­tando uma união. “Se deixarmos assim, a po­lítica brasileira vira uma salada de frutas (sic).” A determinação foi publi­cada oficialmente em 2 de abril.

Para ele, alguém do partido no município agiu de má-fé. “Fizeram tudo por debaixo dos panos achando que ninguém perceberia”, critica. “Alguém ganhou algu­ma coisa para dar dois minutos ao PT no horá­rio gratuito eleitoral nas rádios locais (sic).”

Lang contesta a infor­mação. Segundo ele, o partido não negociou cargos com o PT em troca de apoio nas elei­ções. Refuta a posição do diretório nacional, ressaltando a aliança do DEM com o PT em outras cidades.

O presidente do DEM regional ressalta que a decisão se refere apenas aos candidatos a prefeito petistas. “São eles que têm a caneta (sic)”. Em Arroio do Meio, Dois La­jeados e Paverama, o PT aparece com candidatos a vice-prefeito – o que, segundo Lorenzoni, não têm poder de definição.

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