Figueira vira patrimônio

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Figueira vira patrimônio

Moradores afirmam que árvore tem 300 anos

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

A figueira localizada na comunidade de Linha Silva Tavares, a 25 quilômetros do centro da Capital Nacional do Chimarrão, se torna parte do patrimônio histórico e cultural da cidade.

fA árvore está na propriedade de Rogério Alciri Schwinn, 43, neto de um dos primeiros moradores da local. Comenta que há três gerações é preservada pela família e se tornou um dos pontos turísticos mais visitados do interior. “O tamanho dela e a sua beleza despertaram a curiosidade até de um grupo de americanos.” Ele se considera um dos “guardiões” da planta. “Não permito que quebrem um galho.”

Observa que ela tem 15 metros de circunferência e mais de 30 metros de altura. As raízes têm mais de 150 metros de comprimento. Há dez anos, Schwinn teve que construir uma casa em outro local, pois as raízes levantavam o assoalho. São pelos menos 15 galhos grandes que a sustentam. Por ano, cresce em torno de 20 centímetros em circunferência e altura.

Símbolo aos moradores

Arlindo Posselt, 80, é um dos moradores mais antigos da comunidade. Destaca que a árvore era adulta, quando os primeiros colonizadores chegaram à localidade. Conta que seu pai plantou uma das mudas da figueira em sua propriedade e hoje tem mais de cem anos. “A sua beleza deve ser preservada.”

Preservação garantida

Durante esta semana, o prefeito Airton Artus assinou o decreto que transforma a figueira e outras duas árvores, a açoita-cavalo (luehea divaricata), do bairro Santa Tecla, e a magnólia (magnolia liliflora), em Linha Erval Mirim, em patrimônio histórico e cultural. Elas não podem ser cortadas.

Nos próximos dias, um ato simbólico deve marcar o tombamento. Próximo de cada uma haverá uma placa identificando sua espécie e referência histórica.

O tombamento foi comemorado pela presidente do Conselho Municipal de Cultura, Cloé Azambuja, que há anos estuda a história das três árvores. Destaca que a figueira estava protegida de corte desde 2002, no governo do então prefeito Glauco Scherer.

Cita que esse decreto é uma forma de despertar na população o amor pelo seu patrimônio histórico. Lamenta que no centro não tenha mais nenhuma construção com mais de cem anos. “No interior trabalhamos para preservar o que ainda restou.”

A bióloga Natália Delazeri diz que é proibido por lei estadual cortar essa árvore. A multa é de R$ 500 por planta derrubada, indiferente da sua idade ou tamanho.

Rota turística

Schwinn diz que a árvore fará parte do roteiro turístico Querência do Mate, criado há pouco tempo e integrado por oito famílias. O trajeto de cerca de 50 quilômetros se inicia em Linha Brasil, passa por Isabela, Linha Silva Tavares e termina em Vila Teodoro.

Os visitantes terão a oportunidade de conhecer casas antigas, participar de trilhas ecológicas, almoços típicos, visitação a igrejas e antigos salões de festa. Haverá a venda de produtos coloniais e frutas.

Curiosidades da figueira (Ficus Organisis)

– Se fosse derrubada renderia em torno de 500 metros de lenha

– Por ano ela cresce em torno de 20 centímetros em circunferência e altura;

– São necessário pelo menos 12 homens para abraçar a árvore;

– Em seu habitat natural pode viver até 500 anos;

– A figueira é a única árvore do jardim do Éden mencionada pelo nome;

– Com suas folhas, Adão e Eva cobriram sua nudez após cometerem o pecado no paraíso.

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