Acidentes fatais dobram nas rodovias estaduais

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Acidentes fatais dobram nas rodovias estaduais

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Dados das polícias rodo­viárias Federal e Esta­dual e do Comando Regional de Polícia Ostensiva (CRPO-VT) mostram que des­de o início do ano 86 pessoas morreram no trânsito, das quais 28% em rodovias estaduais.

Uma das causas indicadas pelos comandos das polícias ro­doviárias para aumento dos in­díces de mortes é o crescimento de 5% na frota de veículos do estado. Em Lajeado, maior cidade do Vale, no ano passado foram adquiridos 12 mil carros. O capitão da Polícia Rodoviária Estadual (PRE), Samaroni Teixeira Zappe acrescenta que outra é a imprudência de mo­toristas que insistem em dirigir alcoolizados. “No início da re­formulação da lei conseguimos diminuir o número de acidentes e vítimas, logo depois o des­respeito voltou”, conta. Zappe complementa que os condutores precisam conscientizar-se e ter um comportamento coerente no trânsito. Ele explica que todos os dias são feitas fiscalizações nas rodovias, “mas essas não resolvem mais os problemas de desrespeito às leis”. acidentes

Mesmo que na rodovia fe­deral os números mostrem um aumento de quatro acidentes em relação ao mesmo período do ano passado, o trecho da BR-386 considerado como o mais perigoso do estado – entrada do bairro Conventos em Lajeado até o trevo de Estrela – teve uma morte desde o início do ano. Conforme o chefe da 4ª Delegacia da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Adão Vilmar Madril, aconte­ceram dois acidentes com mais de uma morte. Em um deles morreram cinco pessoas e no outro três. Madril conta que circulam aproximadamente 38 mil veículos por dia no trecho da BR-386 em Lajeado.

Nas vias urbanas foram re­gistradas desde janeiro, 36 mortes, dessas dez foram emLajeado. Dados do CRPO-VT apresentam números signifi­cativos em oito anos. Desde 2002 foram registradas nos 38 municípios de abrangência, 632 mortes no trânsito.

Programa para evitar danos futuros

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que em dez anos o trânsito seja a terceira maior causa de mortes no mundo. A Polícia Rodoviária Es­tadual (PRE) coloca em prática o projeto-piloto de um programa de edu­cação no trânsito criado para mudar essa expec­tativa da OMS. Cerca de 900 crianças da rede de ensino público de Porto Alegre aprendem com a disciplina curricular de Educação no Trânsito, em que professores são capacitados por poli­ciais para ministrarem as aulas.

Conforme o capitão Zappe, até 2013, o proje­to se estenderá às escolas da região. Ele explica que entrou em vigor uma lei em que os municípios deverão investir 10% do arrecadamento do IPVA em educação no trânsito e avalia esse programa como uma boa opção para as cidades se enqua­drarem na lei. “O projeto poderá mudar o com­portamento futuro dos motoristas”, lembra.

A dor da perda

Lorena, esposa de Ari Arcelo Gisch, de Bauereck, Forquetinha, foi uma das vítimas de acidente na BR-386. No dia 6 de maio, por volta das 17h, o casal tentava atravessar a pista na entrada do município, quando foi atingido por um carro que vinha no sentido interior-capital. Lorena morreu no local. “Vinte dias antes, outra pessoa acidentou-se gravemente. No meu caso, apesar de todo cuidado, o sol ofuscou minha visão e minha esposa morreu. A dor da perda é grande”, emociona-se o viúvo.

Gisch considera que é preciso ter mais cuidado no trânsito e respeitar as leis. “Na hora que sentamos ao volante temos que nos conscientizar que qualquer descuido pode ser fatal. Falta respeito e prudência. Se todos cuidassem melhor, muitas tra­gédias poderiam ser evitadas”, alerta.

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